A Globo News, geralmente boa, foi se imbecilizando nas últimas semanas , até parar numa moça chamada Joana Calmon, arremedo de repórter do canal em Londres, como diria a Veja, ruim de doer . Meu Deus !, que tipo deslumbrada e puxa saco . É o melhor exemplo de que em Oropa, França ou Bahia, se não tiver calete, gasta-se a vida com futilidades . Para lembrar o saudoso Clóvis Bornay, essa menina só foi à escola para comer a merenda .
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Uma família torta, uma princesa maneira e súditos otários
segunda-feira, 25 de abril de 2011
O casamento do século da próxima semana
A mídia se alimenta de patacoadas , ainda mais se vierem, como diz Elio Gaspari, do andar de cima . Sempre que uns figurões trocam alianças , irrompem no noticiário bobagens como “o casamento do século ”. Todo século é pródigo nesses enlaces , como o que vai acontecer na próxima sexta , 29. Há um mês a Globo News nos bombardeia com o casamento do século da hora , do príncipe William com a plebéia Kate. De tal modo que na sexta passada eu acordei atordoado com a idéia , em busca de uma alternativa de canal que me livrasse da transmissão da cerimônia . Nem me dei conta que era sexta da Paixão , portanto , improvável para os pombinhos infernizarem as telinhas do mundo com o midiático evento .
Respirei aliviado e ganhei mais uns minutos de sono , mas desta sexta ninguém escapa : ou busca um canal comunista que esteja se lixando para a família real britânica , ou desliga a TV e vai pescar longe de todos . Isto porque o frisson já contaminou homens e mulheres , inclusive brasileiros , que , sabe-se lá porque , consideram o assunto relevante para suas (nossas) vidinhas. E relevante não é. Nem o casório nem a monarquia inglesa, cuja existência , por si só , é cada vez mais motivo de contestação por vários setores e personagens da vida real (de realidade , não de nobreza) no próprio país .
O Manhattan Conection desta semana , com a tabaroíce típica dos colonizados, dedica exaustivos minutos à questão , sem , no entanto , deixar de dar suas mordidinhas. Lembram que , na Inglaterra, há quem defenda a renúncia conjunta da Rainha e do boa vida do Charles , um sessentão que nunca pegou no batente e vive das facilidades e negócios da famiglia real . E que , apesar disso, ele foi um tipo menos certinho numa linhagem de formalismos e frescuras , tanto que deixou a (na visão do Manhattan) deslumbrada Diana para encarar o amor verdadeiro com uma namorada da juventude . O bom desse programa é esse desprendimento para derrubar unanimidades: enquanto o mundo adora uma princesa sempre em busca de celebridade , supostamente por enfrentar a caretice da nobreza britânica , os caras mostram o quanto Diana se contorcia para os holofotes , como era fútil em suas paixões por roupas de marcas e coisas que tais .
quinta-feira, 21 de abril de 2011
O feriado é aqui
A amiga virtual Eugênia Déda, interlocutora no Twitter, sempre com seus saques interessantes, dá vivas aos que não viajaram no feriadão, sugerindo, de passagem, a obrigação que a maioria das pessoas têm de viajar nestes períodos . É mesmo curioso : uns sobem, outros descem, lotam estradas , hotéis, restaurantes e, em conseqüência , esvaziam as cidades . Aí mora o lado bom : as cidades se tornam transitáveis, com sessões tranqüilas nos cinemas (parece que os que viajam são aqueles que compram sacolões de pipoca com coca cola e infernizam seu filme até esvaziar a porção industrial do lanche ).
Descobri isso meio por acaso quando morei em Maringá e, nos feriadões, para não me suicidar por tédio no Fazendão Iluminado paranaense , fui curtir quatro ou cinco dias numa Sampaulo silenciosa , com metrô civilizado e teatros e cinemas tranqüilamente acessíveis . Desde então , fujo do fluxo e faço movimento na contramão : enquanto todos vão , eu fico. Nestes dias em que as pessoas sentem a obrigação de felicidade , embriaguez e consumo , eu dialogo com minha bicicleta nos arredores de casa . Tenho preguiça até de ir a Aracaju ver uma garrafa de vinho ou uma ripa de costela para um churrasco . Como moro na praia há quase 20 anos , alguns diriam que é fácil assim , ficar em casa no feriado , como quem diz: “mas você já mora nas férias ”. Mas minha reação às multidões que sujam as ruas , bares e os demais lugares por onde passo é esta mesma : um exílio no meu pequeníssimo cantinho de mar . Porque , nas quartas feiras de cinzas que sucedem a qualquer feriadão, fica a terrível impressão de que o diabo cagou no mundo .
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Reguffe, um deputado mala
Dá até para ouvir a gritaria dos colegas de Câmara e Senado : "é um demagogo"! Picareta! Metido a honesto! E por aí . As reações são dirigidas ao deputado José Antônio Reguffe (PDT-DF), proporcionalmente o mais votado do país nas últimas eleições . Reguffe se transformou em persona non grata , inimigo público n. 1 do Congresso Nacional , ao se eleger e, logo no início , abrir mão de algumas vantagenszinhas que adoçam o bico do parlamento mais caro do mundo .
Algumas medidas , tomadas em caráter irrevogável , portanto , livre dos populismos quixotescos a que estamos acostumados: abriu mão dos 14º e 15º salários , rejeitou a cota de passagens aéreas, fixou em nove o número de assessores de gabinete –poderiam ser 25–, e descartou receber qualquer verba indenizatória até o fim do mandato . (Fonte : http://noticias.uol.com.br/politica/2011/04/15/deputado-do-pdt-que-rejeitou-beneficios-cria-inimigos-na-camara.jhtm ).
A estatística de Lula seguramente está desatualizada. A ver pelo silêncio canalha dos colegas que permitem o deputado Reguffe fritar na fogueira da perseguição, os picaretas são , lamentavelmente, a totalidade . Ou , se não , pronuncie a primeira palavra aquele que não comunga com o linchamento de alguém que peca justamente por fazer o certo . Se não surpreende que esta seja a postura da quase totalidade , espanta que os ditos “de esquerda ” se revezem a cada legislatura sem abrir mão de mordomias imorais , cuja legalidade é conferida pela própria Casa , legislando para si mesma .
terça-feira, 12 de abril de 2011
Um não-debate sobre ... o que mesmo?
No último final de semana o programa Espaço aberto , da Globo News, apresentado por Alexandre Garcia, protagonizou um dos momentos em que nosso jornalismo se especializou: em produzir mais do mesmo . Foi a propósito de um debate sobre a chamada Comissão da Verdade , que busca investigar torturas e mortes ocorridas na ditadura militar . Anotem este nome : Gilson Cardoso, apresentado pela emissora como coordenador do Movimento Nacional dos Direitos Humanos , um dos convidados para o debate . Já , já voltamos a ele .
O outro convidado foi o almirante Veiga Cabral, um militar pseudo polido na forma , mas um brucutu verde-oliva por dentro . Tosco , inclusive , nos argumentos frágeis e inconsistentes. Mas nada comparável ao coordenador Gilson Cardoso, debatedor tão rarefeito, que parece ter sido escalado justamente por isso . Um detalhe : no difícil e complexo campo das discussões ideológicas que sucedem ditaduras encerradas por via pacífica , este espaço é e deve ser ocupado por gente de esquerda , não só os que têm história , mas , sobretudo , articulação política para enfrentar os debates-pegadinha, como o de Alexandre Garcia.
domingo, 10 de abril de 2011
Dilma melhor do que a encomenda
sexta-feira, 8 de abril de 2011
A barbárie veio para ficar
Passei o dia vendo os jornais da TV fazendo variações sobre o mesmo tema . Me espanta as reações de estupefação da maioria das pessoas com o massacre de Realengo, como se ele fosse a coisa mais irracional num mundo em harmonia . Falta razão e sobra desordem neste mundo de pernas pro ar . O governador do Rio , para cumprir sua condição de estúpido , desfere uma lista de impropérios contra o assassino , como se assim , nesta simplicidade superficial , vingasse a morte dos pequenos .
O problema está justamente no mundo que nós , os moradores, viramos de ponta cabeça . Como nos espantar com a irracionalidade , se plantamos isso no dia a dia , em todas as instâncias da vida moderna ? Anormal seria esperar que a máquina funcionasse sem emperrar . Os mesmos canais que se ocupam do assunto full time , deveriam começar a discutir o assunto fazendo o dever de casa , questionando, por exemplo , o papel da publicidade na moldagem de uma sociedade consumista , onde a afirmação das identidades passa pelo ter e estar em tudo e a todo instante .
terça-feira, 5 de abril de 2011
Revivendo a TV Sergipe
Os acontecimentos na TV Sergipe, que culminaram com a não exibição do “Bom Dia ” de segunda , me fazem lembrar os anos de intensa movimentação sindical na luta dos jornalistas no estado . Uma greve geral convocada pela CUT, no final dos anos de 1980, paralisou todas as redações de jornais e assessorias . Parar a TV Sergipe era algo impensável . Mas lá estávamos: Marcos Cardoso, Bertulino Menezes, Benetti Nascimento, Nubem Bonfim, Dida Araújo, Fernando Sávio, Carlos França, eu e alguns mais . E paramos.
As tintas da TV Sergipe
De fato , Nilson Socorro nunca levantou as bandeiras da esquerda e só se aproximou delas quando o PT se coligou com (já não de direita , claro !) Albano Franco . Mas exibia, no seu trabalho , uma dignidade jamais vista naquelas barbichas que varavam madrugadas na “militância” do bar “Gosto gostoso ”. Entre diretor sindical e editor do Bom Dia , acertei com Nilson que íamos aderir à greve , quer dizer , acatá-la e, portanto , não haveria programa .
O “Bom Dia ” da greve
De manhãzinha, com a frente do Canal 4 tomada pelas lideranças de então (lembro bem do ex-deputado Ismael Silva, do amigo José Araújo, de Nildomar (Nildão) Freire, Edvaldo Nogueira , Samarone, Paulão da CUT, entre outros ), me empolguei com o movimento . Longe do olhar do meu chefe , traí o acordo e resolvi, por conta própria , fazer o programa . E fiz, um “Bom Dia ” inteiro dedicado só à greve , com um desfile das principais lideranças sindicais. A peraltice quase custou minha cabeça . Nilson novamente se desdobrou para me manter na função , contra a vontade do “doutor ” César.
Consegui me equilibrar entre “a TV dos Franco ” e a militância sindical, enfrentando, na redação , a fúria do colega Adalvo Fernandes, que subia em cadeiras para pronunciar verdadeiros discursos contra a esquerdização da emissora . Adalvo, este sim , era um direitoso assumido, barulhento na sua voz trovejante , mas afetuoso no trato . Fiquei no canal até 1990, quando parti para novo desafio na TV Difusora do Maranhão. A redação da TV Sergipe de ontem , com sua primavera de abril , mostrou que a história também se repete com beleza e bravura.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
O cachorrinho do Japão
Futebol e cerveja
(Texto escrito pelo jornalista Eduardo Almeida).
Dizem que é para não contribuir para a violência entre torcedores . Se eu fosse a Ambev, processaria quem teve essa idéia por calúnia , difamação e atentado ao bom costume de torcer pelo time do peito com uma latinha à mão .
O nosso futebol já não anda bem das pernas . E sem a cervejinha do domingo na arquibancada a coisa fica pior . Arquibancada sem cerveja tem gosto duvidoso de jogo sem gol : pode até ser bom , mas no fundo não convence.
A latinha só ajuda . Ajuda a enfrentar o sol das três da tarde no Batistão. Ajuda na comemoração pela vitória do seu time , dobrando a alegria . Ajuda a engolir a derrota , já que também se bebe para esquecer . E ajuda quem ganha um dinheirinho à custa do calor , da alegria ou da tristeza do torcedor .
(Eduardo Almeida)
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