quinta-feira, 28 de abril de 2011

Uma família torta, uma princesa maneira e súditos otários

Como esta sexta amanhece com as luzes em cima do “casamento do século”, não vamos nos abster do carnaval e, com este post, encerrar o assunto. Este blog se propõe a discutir as questões de interesse público, basicamente pelo filtro do enorme poder midiático. Aqui, portanto, olhamos o mundo pelas lentes da mídia. E o exagero dos meios na cobertura do assunto cansou até as pessoas mais simples, desarmadas dos filtros da classe média mais intelectualizada. Como tenho ouvido nos últimos dias: “não agüento mais falar desta porra de casamento!”
A Globo News, geralmente boa, foi se imbecilizando nas últimas semanas, até parar numa moça chamada Joana Calmon, arremedo de repórter do canal em Londres, como diria a Veja, ruim de doer. Meu Deus!, que tipo deslumbrada e puxa saco. É o melhor exemplo de que em Oropa, França ou Bahia, se não tiver calete, gasta-se a vida com futilidades. Para lembrar o saudoso Clóvis Bornay, essa menina foi à escola para comer a merenda.
Mas de quem estamos falando mesmo? Quem está casando? Nosso herói é um príncipe nu, envelhecido nos seus 28 anos, carequinha e carregando nos ombros os escândalos e tragédias da família. Uma mãe que casou virgem e logo enjoou e foi enjoada pelo marido. Um pai amalucado e desocupado, que passou a vida sem trabalhar. Um irmão idiota, que se fardava de nazista nas baladas de sexo, drogas e rock’n roll. Salva a pátria a noiva normal, uma moça de carne e osso, capaz de devolver humanidade e rumo ao pobre menino rico.
Mas a pior figura é feita pelos súditos ingleses, que encaram o frio de abril em Londres para fazer plantão nas cercas do palácio, em busca de um adeusinho da realeza. Uns gordinhos em largos sorrisos, pousando para as câmeras como se tivessem ganho a Copa do Mundo. Fora da Inglaterra, nem merece comentários o faniquito dos que, na marcha da insensatez midiática, se comportam como se fossem parentes dos noivos. Nesta sexta, com os locutores se esforçando para narrar o ordinário, vou adotar e conclamar desde agora: um dia sem televisão!
   

5 comentários:

sonia pedrosa disse...

Luc, vc se supera a cada texto!!!!

Anônimo disse...

Luc, meu rei...Se a monarquia acabar, o que será do cetro sem uma coroa pra bolinar embaixo dos mantos ou em cima do trono?
50.000 brasileiros viajaram até lá pra ver as coisas que deveriam ser somente pra inglês ver, não sabem nem o que a baiana tem, nem de onde Itabaiana vem... Os melhores ingleses fizeram os grandes rock&rolls e tiveram acesso aos mais disputados uísques escoceses.
Esse casamento veio para ocupar o espaço deixado pelo fim da saga do menino Harry Potter.
O resto é coisa de ceboleiro.
Saudade,
Xambu.

Antônio Carlos disse...

Ruim foi aguentar as pessoas no trabalho, pendurado das sete até as dez, na internet, assistindo este casamento, que não representa nada para os brasileiros. Muitas professoras se sentiam no céu vendo... Se conseguimos aguentar o BBB!!!!

Antônio Carlos disse...

Ruim foi aguentar as pessoas no trabalho, pendurado das sete até as dez, na internet, assistindo este casamento, que não representa nada para os brasileiros. Muitas professoras se sentiam no céu vendo... Se conseguimos aguentar o BBB!!!!

( * * ) disse...

Tio Lu, sei que você também deve ter bebido a Moët Chandon especialmente urdida para a ocasião, afinal, este troço de casamento deve render à combalida realeza a bagatela de meio bilhão de dólares! Poooooooooooouco? Não para quem anda alquebrado dos bolsos! Um bom domingo, sumido amigo. (David Leite).