sábado, 16 de novembro de 2013

Nota de pesar

A Globo News, desde ontem, transmitindo ao vivo a prisão dos envolvidos no processo que ela cunhou (e o resto do país, a reboque, como sempre) como o mensalão. Fico perplexo que não haja um deputado de esquerda do país inteiro, nem mesmo do PT, a ter, não a coragem (porque não o são), mas, pelo menos, a dignidade mínima para discutir o mérito. Engana-se quem pensa que essa investida furiosa e virulenta da velha burguesia nacional, a apodrecida elite brasileira que saqueia este país há exatos 513 anos, faz uma campanha diária, incansável, sistemática e metódica contra os setores de esquerda que assumiram uma pequena parcela do poder (do poder executivo, porque os demais seguem sendo despóticos, ditatoriais). Isso não é contra o PT. É contra todos os que apostaram na utopia de um Brasil livre e independente. A ditadura militar foi substituída por outra muito pior, com a capa de uma legalidade construída pelo aparato jurídico dessas instâncias que movem suas filigranas para conspurcar a democracia, de todas as formas e de forma psicótica, como faz a Globo News. Dá para entender a posição de um oligopólio como o do "doutor" (doutor sou eu, rolabosta!) Roberto Marinho, que trata de dinheiros & interesses. Mas fico sem entender a adesão voluntária e quase delirante de jornalistas que assumem a causa dos patrões, como a senhora Mônica Waldvogel, essa velha matreira com cara de codorna (uma das mulheres mais feias que já vi na vida). Ok, vocês venceram. Lembrando aquele célebre poema de Brecht, já pisaram nosso jardim e mataram todas as rosas. Vou me permitir agora àqueles cinco minutos do rumor e fúria de Shakespeare. Continue ardendo no enxofre do inferno, "doutor" Roberto. E que a maldição dos deuses, a praga dos ciganos, o caldeirão das bruxas e toda sorte de desgraças recaiam sobre todos os seus descendentes. Minha TV está desligada, em sinal de luto, porque não permito que o senhor e os seus façam isso com meu pacato feriado.A Globo News, desde ontem, transmitindo ao vivo a prisão dos envolvidos no processo que ela cunhou (e o resto do país, a reboque, como sempre) como o mensalão. Fico perplexo que não haja um deputado de esquerda do país inteiro, nem mesmo do PT, a ter, não a coragem (porque não o são), mas, pelo menos, a dignidade mínima para discutir o mérito. Engana-se quem pensa que essa investida furiosa e virulenta da velha burguesia nacional, a apodrecida elite brasileira que saqueia este país há exatos 513 anos, faz uma campanha diária, incansável, sistemática e metódica contra os setores de esquerda que assumiram uma pequena parcela do poder (do poder executivo, porque os demais seguem sendo despóticos, ditatoriais). Isso não é contra o PT. É contra todos os que apostaram na utopia de um Brasil livre e independente. A ditadura militar foi substituída por outra muito pior, com a capa de uma legalidade construída pelo aparato jurídico dessas instâncias que movem suas filigranas para conspurcar a democracia, de todas as formas e de forma psicótica, como faz a Globo News. Dá para entender a posição de um oligopólio como o do "doutor" (doutor sou eu, rolabosta!) Roberto Marinho, que trata de dinheiros & interesses. Mas fico sem entender a adesão voluntária e quase delirante de jornalistas que assumem a causa dos patrões, como a senhora Mônica Waldvogel, essa velha matreira com cara de codorna (uma das mulheres mais feias que já vi na vida). Ok, vocês venceram. Lembrando aquele célebre poema de Brecht, já pisaram nosso jardim e mataram todas as rosas. Vou me permitir agora àqueles cinco minutos do rumor e fúria de Shakespeare. Continue ardendo no enxofre do inferno, "doutor" Roberto. E que a maldição dos deuses, a praga dos ciganos, o caldeirão das bruxas e toda sorte de desgraças recaiam sobre todos os seus descendentes. Minha TV está desligada, em sinal de luto, porque não permito que o senhor e os seus façam isso com meu pacato feriado.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Vai Diego Costa, nosso bravo papa-jaca

1) Ainda sábado eu dizia que Joel Silveira é considerado o maior repórter da imprensa brasileira de todos os tempos. Está dito aí abaixo.

2) Diego Costa fez o certo. Felipão fez o de costume: o grunhido de um homem bruto, mau educado, desonesto e mesquinho. Qualificar de "ridícula" a pergunta de um repórter, é muita pretensão, senhor Scolari. O senhor é rico e poderoso, mas é burro.

3) Manzanares e Vaza-Barris, dois rios de minha vida.


Deu no blog de Xico Sá


Carta a Diego Costa

Caríssimo rapaz de Lagarto, tomaste a decisão mais certeira; sem essa de traidor da pátria

Amigo torcedor, amigo secador, peço a devida licença para me dirigir, especialmente, a este brasileiríssimo rapaz de Lagarto, Sergipe, que dentro de campo, doravante, é tão espanhol quanto uma tourada ou um sapateado de flamenco. Caríssimo Diego Costa, tomaste a decisão mais certeira, sem essa de traidor da pátria, como se fora um Calabar durante a invasão holandesa (1630-1654).

Sem essa, meu nego, "no passa nada", só tu sabes o que passaste na tua vida de papa-jaca, como é chamado um autêntico lagartense. Tua pátria é a tua bola e aqui não rolou chance alguma entre os profissas. Aqui tua pátria foi apenas tua várzea. "Perdido en el corazón/ De la grande babylon", eras um clandestino da pelota, como diria Manu Chao, este cantante que também aboliu as linhas dos mapas.

Tua pátria é a do Iniesta --cá entre nós, caro Diego, viste como ele se parece com nosotros nordestinos?

Segundo o site "Cearenses Internacionais", que faz humor sobre a semelhança de variados povos e personagens famosos, o craque do Barça nasceu na praia de Morro Branco, Beberibe (CE), em 1984. Não duvido. Cearense é um bicho que corre mundo.

Brincadeiras globalizadas à parte, o Felipão ficou bravo, o que não é lá mui difícil. O Felipão pôs a questão de ordem, marcha, para mexer com os brios da tropa de Pachecos. "No passa nada", amigo, a Espanha te valoriza, disseste tudo. Aqui és, mesmo depois desta peleja, uma tremenda dúvida. Até para este vagabundo cronista que te escreve, embora veja no teu jeito de marcar gols um quê de Emílio Butragueño --o objetivíssimo espanhol da filosofia "un toque e me voy".

Deste um exemplo, Diego, para os milhares de jovens que saem cada vez mais cedo sem chance nas peneiras da pátria amada, mãe gentil. Sem essa, meu nego, brigam Espanha e Brasil pelos direitos do mar, o mar, porém, meu velho, é das gaivotas que nele sabem voar --que me desculpe pelo arremedo de paródia da música de Milton Nascimento e Leila Diniz.

Caríssimo rapaz de Lagarto, sem essa de traição à pátria, bom foi observar como os espanhóis ficaram orgulhosos pela tua escolha futebolística --sei que seguirás como um brasileiríssimo papa-jaca.

O jornalista e escritor David Trueba, em crônica no "El País", falou bonito. Disse que a tua decisão é motivo de euforia para os espanhóis que vivem grave crise na economia e na autoestima. Com a pegada de chiste e gozação elegante, Trueba exaltou o triunfo sobre a praia de Copacabana, o carnaval da Bahia, as mulheres com adornos de frutas na cabeça, o lema "Ordem e Progresso", a voz de João Gilberto com música de Tom Jobim e versos de Vinicius.

Um legítimo samba-exaltação puxado na castanhola. Aqui, amigo, no máximo farias companhia aos cupins no esquenta-banco de reservas de luxo. Tua pátria é tua bola. O rio Vaza-Barris corre no teu sangue de infância em transfusão com o madrileño Manzanares que te apontou o destino.

"No passa nada". Tua pátria é o universal grito de gol em qualquer língua. Tua pátria é a pequena área. E saibas de uma coisa importante: agora és o papa-jaca mais conhecido do mundo. Deixaste para trás outro filho ilustre da terra, o homem-víbora, Joel Silveira, o maior repórter brasileiro de todos os tempos. Palavra do jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto. Aquele abrazo e nos vemos na final do Maraca.