sexta-feira, 15 de abril de 2011

Reguffe, um deputado mala

até para ouvir a gritaria dos colegas de Câmara e Senado: "é um demagogo"! Picareta! Metido a honesto! E por . As reações são dirigidas ao deputado José Antônio Reguffe (PDT-DF), proporcionalmente o mais votado do país nas últimas eleições. Reguffe se transformou em persona non grata, inimigo público n. 1 do Congresso Nacional, ao se eleger e, logo no início, abrir mão de algumas vantagenszinhas que adoçam o bico do parlamento mais caro do mundo.
Algumas medidas, tomadas em caráter irrevogável, portanto, livre dos populismos quixotescos a que estamos acostumados: abriu mão dos 14º e 15º salários, rejeitou a cota de passagens aéreas, fixou em nove o número de assessores de gabinete –poderiam ser 25–, e descartou receber qualquer verba indenizatória até o fim do mandato. (Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/2011/04/15/deputado-do-pdt-que-rejeitou-beneficios-cria-inimigos-na-camara.jhtm ).
Não faz muita diferença nos gigantescos gastos de um Congresso especializado em escândalos diários, em arrumar “jeitinhos” bem brasileiros para melhorar ainda mais a feliniana dolce vita de parlamentares reunidos por uma causa: o se dar bem, à custa dos recursos da sociedade. Mas vale o exemplo, como uma semente, que, se Deus e a vergonha dos homens existirem mesmo, talvez vingue um dia.
Não surpreende a intempestiva reação dos colegas: o Congresso brasileiro é este mesmo, miúdo, truculento, cangaceiro. O programa CQC, embora não faça jornalismomuito menos cumpre o papel clássico do jornalismo – serve, ao menos, para isto: desmascarar um pouco da mise en scéne que reveste o jornalismo praticado pela mídia do mercado, um pseudo-jornalismo embalado como jornalismo. O CQC brinda semanalmente os eleitores que elegem os membros daquele lugar de 300 picaretas (Lula: 1994) com provas de suas qualidades, tais como: ignorância, descaso com a opinião público, malandragens, arrogância, incompetência, agressividade. E outras menos votadas agora.
A estatística de Lula seguramente está desatualizada. A ver pelo silêncio canalha dos colegas que permitem o deputado Reguffe fritar na fogueira da perseguição, os picaretas são, lamentavelmente, a totalidade. Ou, se não, pronuncie a primeira palavra aquele que não comunga com o linchamento de alguém que peca justamente por fazer o certo. Se não surpreende que esta seja a postura da quase totalidade, espanta que os ditos “de esquerda” se revezem a cada legislatura sem abrir mão de mordomias imorais, cuja legalidade é conferida pela própria Casa, legislando para si mesma.
Ou alguém viu um deputado desses, sindicalistas, líderes de classes ou marxistas de calçada, exercendo um mandato transparente, tornando públicos seus gastos? Quanto cada um destes gasta com assessoria, viagens, passagens, correios, telefone, combustível e a excrescência chamada de “emenda parlamentar”? O blog, certo de que, ao menos, persegue um mínimo de jornalismo independente, aceita e publica explicações.

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