segunda-feira, 4 de abril de 2011

Futebol e cerveja

(Texto escrito pelo jornalista Eduardo Almeida).
Não se vende mais cerveja no Batistão. Logo, você tem que chegar bêbado no estádio, se não quiser passar a guaraná e pipoca.
Dizem que é para não contribuir para a violência entre torcedores. Se eu fosse a Ambev, processaria quem teve essa idéia por calúnia, difamação e atentado ao bom costume de torcer pelo time do peito com uma latinha à mão.
O nosso futebol não anda bem das pernas. E sem a cervejinha do domingo na arquibancada a coisa fica pior.  Arquibancada sem cerveja  tem gosto duvidoso de jogo sem gol: pode até ser bom, mas no fundo não convence.
A latinha ajuda. Ajuda a enfrentar o sol das três da tarde no Batistão. Ajuda na comemoração pela vitória do seu time, dobrando a alegria.  Ajuda a engolir a derrota, que também se bebe para esquecer. E ajuda quem ganha um dinheirinho à custa do calor, da alegria ou da tristeza do torcedor.
Em campo, quem não pode beber é jogador. E tem deles que até parece que bebeu de tão trôpego na hora da verdade Torcedor, este pode tudo, menos bater, ferir, matar, com ou sem álcool. é caso de polícia mesmo.  
Cerveja e festa é a mistura perfeita. pensou o Pré-Caju sem ela? E o Forrocaju? E a virada do ano na orla? E o Projeto Verão? Podem dizer que nesses casos nãotorcida contra, a favor, todos do mesmo lado, o que serena ânimos, amolece vaidades, suaviza paixões e facilita o trabalho da polícia.
Mas para quem adora uma briga não tem remédio. Ele sempreum jeito   de xingar alguém. E, na falta de adversário à altura, briga consigo mesmo. É um tipo em ebulição até em descanso. É encontrado em qualquer meio. Não se deve mexer  com ele nem quando está dormindo. Um brigão assumido. Soro nele.
(Eduardo Almeida)

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