quarta-feira, 24 de junho de 2020

A noite de ontem

Sobre o primeiro dia do projeto Forró Caju em Casa, desenvolvido pela Funcaju

Foi um São João atípico, mas, não se enganem, todos serão a partir de agora.

1) Os megaespetáculos, do tipo Forró Caju, já viviam uma discussão, fruto de uma crise existencial provocada pelo gigantismo que tomou corpo nessas festas e por um certo envelhecimento. A pangonia tão somente precipitou o que muitos de nós já vêm pensando. Essa é a primeira constatação que faço desse São João no meio de uma pandemia. No pós-crise emergirá um novo modelo de festas públicas.

2) Fiquei maravilhado com a qualidade musical presente na programação do primeiro dia do Forró Caju em Casa. Uma gente jovem fazendo emergir novos movimentos, com sotaque do povo real: as meninas do Marcos Freire II, a garota do Lamarão, o fechamento do Pipo’s. Há sons novos no ar. A nova cena musical aracajuana está dentro do edital do Forró Caju em Casa.



3) A transmissão da programação se deu por três canais de TV, uma emissora de rádio, as redes da PMA e Funcaju e o canal da PMA no You Tube. Este último se impõe cada vez mais como o que os intelectuais do bar chamam de “lugar de fala”, o protagonismo que a radiodifusão exerceu por seis ou sete décadas. É outro meio, portanto, são outras linguagens, outros protocolos de leitura, se impondo sobre um mundo que, para o bem ou para o mal, vem obsolescendo.