tag:blogger.com,1999:blog-46156375330165972222023-11-16T04:47:37.233-03:00Espaço PúblicoLuciano CorreiaLuciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.comBlogger162125tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-1994574422209993832021-05-08T11:33:00.002-03:002021-05-08T11:34:24.542-03:00Wendy Guerra e a nova literatura cubana<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-WJ7cibt7O_7jtdQyJtULaiksGV8nVI7niACGe8mSPXPFT05eFLACKjEqw5q79_TuIOe_G51AYNHeHKva_jVE1tQ9B-KB_v5ZKsYMMVMMv-bEpA7lKYMUPXqOzjnv8rooqssAdfjeSmc/s225/_0f505043fe5f38bc0a0375756efc2da181b7f396.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="139" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-WJ7cibt7O_7jtdQyJtULaiksGV8nVI7niACGe8mSPXPFT05eFLACKjEqw5q79_TuIOe_G51AYNHeHKva_jVE1tQ9B-KB_v5ZKsYMMVMMv-bEpA7lKYMUPXqOzjnv8rooqssAdfjeSmc/s0/_0f505043fe5f38bc0a0375756efc2da181b7f396.jpg" /></a></div><br /> <span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v knj5qynh oo9gr5id" dir="auto">Leio
Posar Nua em Havana, da cubana Wendy Guerra. Wendy é uma moça bonita de
50 anos e este o terceiro livro dela que leio. Os outros são Todos se
Vão e Nunca Fui Primeira Dama, ambientados na turbulenta sociedade
cubana pós-derrocada do comunismo. Ela própria, nascida em 1970, já não é
daquela geração que acreditava cegamente nas maravilhas do regime.
Tampouco é o que os empedernidos militantes da esquerda jurássica chamam
de contra-revolucionária ou adjetivos ainda piores. O que ela faz mesmo
é literatura e, ao relatar a vida no mundo em que vive, carrega dores e
delícias vividas e observadas por qualquer jovem autor em qualquer
canto do mundo.<br /><br />Posar Nua em Havana é baseado no diário da
escritora Anais Nin, uma franco-cubana-americana nascida em 1903 e
falecida em 1977. Filha de pais cubanos, a mãe uma cantora lírica
amadora, filha de diplomatas; e o pai um pianista famoso, sedutor e
alpinista social, sempre de olho no dinheiro da família de suas
mulheres. É curioso a ignorância quase total em relação à figura de
Anais, uma mulher antecipada no seu tempo, uma artista irrequieta, de
forte personalidade, que viveu não sem deixar marcas profundas em torno
dos que a rodeavam. Não que a feminista número 1 do mundo artístico,
Frida Kahlo, não seja tão importante, intensa e autêntica, mas não deixa
de ser intrigante que uma tenha alcançado tanto reconhecimento, a ponto
de virar moda e arroz de festa entre jovens mulheres descoladas, e a
outra simplesmente é desconhecida da maioria.<br /><br />Não faço
comparações, por saber da relevância das duas. Conheci a história de
Frida muito antes dela explodir como novo mito feminista do final do
século XX. E foi por acaso, numa dupla sessão de cinema em Havana, em
1989, quando entrei na sala, na verdade, para ver o outro filme. Tal foi
meu encantamento com aquela inconstante e formidável mulher, que quase
esqueci a outra película. Era uma produção mexicana, um docudrama que
contava a vida e os amores da artista - Diego Rivera o principal, mas
também com passagem pelo amante nada comum, ninguém menos do que o
célebre León Trostsky. Depois que ela já era uma celebrity mundial é que
veio a produção wollywoodiana, com Salma Hayek, uma das raras vezes em
que o cinemão americano botou a mão num tema meio maldito, já explorado
antes no seu país de origem, e não estragou o produto. <br /><br />Para quem
admira Frida, conhecer a vida e a obra de Anais Nin é quase obrigação.
Ao fazê-lo, as novas gerações de feministas logo vão colorir feiras
descoladas no país inteiro com camisetas, tatuagens e coisas que tais em
louvor a essa mulher fascinante.</span><p></p>Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-91263630581022624022021-04-23T15:41:00.000-03:002021-04-23T15:41:08.593-03:00Adultos na sala, a nova lição que nos vem do grego Costa-Gavras<p> </p><p>O novo filme do grego Costa-Gavras é uma aula de política. O tema da
película, a luta do então ministro das Finanças da Grécia, Yanis
Varoufakis, contra o establishment das finanças mundiais no processo de
renegociação da dívida externa, é também uma aula de esperança.</p>
<p>Quebrada por seguidos governos corruptos e gastadores, a Grécia
mergulhou numa crise sem precedentes em 2008. Em 2015, todas as
esperanças da população dali foram confiadas à eleição de um jovem
engenheiro de 41 anos, Alexis Tsipras, carismático líder do partido de
esquerda radical Syriza. </p>
<p>Eleito primeiro-ministro, coloca na pasta das finanças Yanis
Varoufakis, jovem brilhante, militante de organizações sem fins
lucrativos para a geração de renda para os pobres, um intelectual
refinado e professor de importantes universidades de países como
Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e a própria Grécia.</p>
<p>O filme baseia-se no relato que Varoufakis faz no seu livro "Adultos
na Sala: Minha Batalha Contra o Establishment", o passo a passo do
duríssimo enfrentamento das feras dos governos e bancos europeus, um
jogo bruto e violentamente desequilibrado em favor dos donos do capital.</p>
<p>Habilidoso, preparado como pouquíssimos na política, na economia e na
interlocução com os líderes mundiais, Varoufakis lembra o destemor, a
obstinação e a utopia de um Che Guevara jovem, antes de virar o que
virou no exercício do poder. Só que muito mais preparado, raciocínio
ligeiro e mordaz, quando necessário, mas temperado pela paciência e pela
tolerância incomuns no ambiente em que ele jogava as cartas da
renegociação da dívida grega.</p>
<p>O filme é a reprodução desse sofrido processo em tons fortes, ora
dramático, ora com leves toques de humor. Costa-Gavras, um gênio do
cinema, muitíssimo mais importante do que uma dezena de "monstros"
consagrados pela mídia, com filmes como Z, de 1969, sobre o assassinato
de um político liberal em plena ditadura militar grega; Estado de Sítio,
1973, que trata da repressão no Cone Sul, e Missing - Desaparecido, de
1982, sobre os assassinatos políticos na ditadura do general Pinochet no
Chile. </p>
<p>Estes são os mais emblemáticos trabalhos de Gavras, um grego que era adorado por dez entre dez companheiros de minha geração. </p>
<p>Costa-Gavras tem uma filmografia extensa, com muitos outros títulos,
mas estes foram os que constituíram seu portfólio político, sendo
cultuado nos ambientes da esquerda no mundo todo. Um pouco sumido da
mídia - desgraçada mídia: de que gostam seus tubarões, afinal? -, ganhou
novamente a atenção da crítica com o impagável O Capital, de 2012, seu
penúltimo filme, antes de nos brindar com essa maravilha de Adults in
The Room - escrevo o título em Inglês porque ainda não foi lançado no
Brasil e sabe-se lá que título a indústria nacional, com suas
esquisitices, vai arranjar. </p>
<p>O Capital é também um filme extremamente político, dessa vez
flertando com o humor e a ortodoxia dos mercados financeiros mundiais, a
devoção sagrada ao São Capital. </p>
<p>Em Adults in The Room, ele dramatiza a batalha quase solitária de
Varoufakis, sabotado pela direita grega, a mídia - olhe ela aí de novo,
cumprindo seu “papel histórico”! - e pares do próprio governo.</p>
<p>Charmoso, inteligente e culto, a impressão é que essas qualidades
despertam uma inveja secreta no primeiro-ministro Alexis Tsipras, tais
são a passividade e a distância com que acompanha o sangramento público
do seu ministro das finanças. Ou não. </p>
<p>Talvez seja mesmo essa a diferença de um político populista de
esquerda - Tsipras - e um jovem de esquerda íntegro e transparente -
Varoufakis.</p>
<p>O fim da história é conhecido: abandonado pelo populismo calculista
do seu líder, não resta a ele senão renunciar. Tsipras, por seu turno,
renuncia pouco depois e convoca novas eleições, vencendo e ganhando
condições para governar por quatro anos. </p>
<p>Mas em 2019, em novas eleições, adivinhem quem vem para jantar
Tsipras, o Syriza e o sonho socialista dos que apostaram numa saída
antiliberal, antiausteridade contra a ditadura do FMI e Banco Central
Europeu? A velha e onipresente direita, que se aproveita do desgaste
provocado pela dose do remédio aplicado na economia para buscar apoio
dos mais afetados pelas medidas de arrocho, ele mesmo, o mítico povo,
sempre disposto a votar contra si próprio. Sonho socialista grego
naufragado, resta-nos o luxo das ideias e a energia de Varoufakis,
bálsamo de esperança para essa juventude que vaga nas ruas e
universidades, iludidas por tolices como o PSOL e suas antas batizadas.</p>
<p>E o mais importante de tudo isso: a delícia de ver um Costa-Gavras,
aos 88 anos, intelectualmente ativo, vibrante, nos entregando obras de
arte como Adultos na Sala.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5gEQNk-ctNEdhlc4XwiUJxSEomhcSd_BMLpNo2XvQS5GloHI1P0DyunbiKDzn_vMAWtzNWWeUvcoVs3OBskdhQmjN7C8BjV8CvAYJ33VrO0pfZVumLJCypbT_eoQVcVoqtLoLDFgu_FM/s1280/maxresdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5gEQNk-ctNEdhlc4XwiUJxSEomhcSd_BMLpNo2XvQS5GloHI1P0DyunbiKDzn_vMAWtzNWWeUvcoVs3OBskdhQmjN7C8BjV8CvAYJ33VrO0pfZVumLJCypbT_eoQVcVoqtLoLDFgu_FM/s320/maxresdefault.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p>Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-48522787616759885142020-07-25T15:22:00.003-03:002020-07-25T15:22:20.004-03:00Anotações sobre o fim do mundo (XX)<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na Piauí de abril
último o professor de Filosofia Marcos Nobre, no ensaio O Caos como Método,
mostra que a aparente ausência de racionalidade no modo de Bolsonaro governar
não é ponto fora da curva, se não uma opção pela disrupção como forma de atuar
e manter-se na política. O texto é um manual para entender o momento político atual
e o contexto mundial que tornou isto possível. Um dado interessante: num
governo antiinstitucional e antissistema, formado de visões e interesses tão
conflitantes, ele acomoda em si, no seu interior, os papéis desempenhados pela
oposição, ainda mais quando padecemos da falta de uma oposição estruturada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nas conclusões,
diz o filósofo Nobre: “Ainda que fosse por puro instinto de sobrevivência,
partidos comprometidos com a democracia deveriam simplesmente abrir mão de
disputar militância neste momento, formar convergências em cada um dos campos
políticos (à direita e à esquerda) e apontar para uma frente ampla democrática
que congregasse os dois lados. Partidos deixaram de ter importância. Muitos
partidos se tornaram radioativos, inclusive. É o caso do PT. Mas também do PSDB
e do MDB. São inapelavelmente identificadas com o próprio sistema político na
forma como funcionou nos últimos vinte anos”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ao ler, lembrei
de Lula, que, justamente se pronunciando sobre esse tema, rejeitou
veementemente qualquer ideia, na suposição purista (logo quem!!) de que os
demais de uma frente ampla – menos o PT – não merecem alianças. Mas lembrei
também de Golbery, o diabólico gênio que urdia a geopolítica da ditadura.
Melhor: lembrei dos que citavam Golbery como o estrategista encoberto da
criação de um partido de oposição para dividir a oposição e a esquerda
brasileiras do final dos 80, quando os novos partidos se desenhavam no horizonte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É difícil provar
tal hipótese, mas é emblemático como o PT inicial gastava tanta munição contra
o pobre Partidão, o velho PCB cansado de lutas que já nem latia alto. E, por
apresentar essa debilidade, era covardemente atacado como “reformista”, palavrão
que hoje virou oração na política do mundo inteiro. A política desagregadora do
PT, fruto da doença infantil do hegemonismo, era ação em causa própria, até a
chegada ao poder, quando, em nome da tal governabilidade, rendeu-se ao
ordinário, no pior sentido. Uma boa prova disso está em outra edição de Piauí, na
matéria que trata da terna relação entre o guru petista e o doutor Emílio,
aquele que dá nome àquela empreiteira safadinha famosa nos quatro cantos. Mas
essa já é outra história. <o:p></o:p></div>
<br />Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-21418243536172057622020-06-24T15:28:00.001-03:002020-06-24T15:28:20.291-03:00A noite de ontem<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="16ka2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="16ka2-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
Sobre o primeiro dia do projeto Forró Caju em Casa, desenvolvido pela Funcaju<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDB2eiyk5-QBQF0GBVbh-PfjK-bODfPUXO_uCm1UG2Lcc4E1V7t0H-0_QwZXeFjE6daV87XFB0meF9gEsKXZuJPC3ekMs5h1KYXzWVddEyAxJpoQHuADSkxmGNyrY6Kgtg_1ypGk-R6Jw/s1600/Zx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="478" data-original-width="644" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDB2eiyk5-QBQF0GBVbh-PfjK-bODfPUXO_uCm1UG2Lcc4E1V7t0H-0_QwZXeFjE6daV87XFB0meF9gEsKXZuJPC3ekMs5h1KYXzWVddEyAxJpoQHuADSkxmGNyrY6Kgtg_1ypGk-R6Jw/s320/Zx.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="fir2e-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fir2e-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="fir2e-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="10inr-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="10inr-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="10inr-0-0" style="font-family: inherit;">Foi um São João atípico, mas, não se enganem, todos serão a partir de agora. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="e3iik-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e3iik-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="e3iik-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="4l3p7-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4l3p7-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="4l3p7-0-0" style="font-family: inherit;">1) Os megaespetáculos, do tipo Forró Caju, já viviam uma discussão, fruto de uma crise existencial provocada pelo gigantismo que tomou corpo nessas festas e por um certo envelhecimento. A pangonia tão somente precipitou o que muitos de nós já vêm pensando. Essa é a primeira constatação que faço desse São João no meio de uma pandemia. No pós-crise emergirá um novo modelo de festas públicas.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="aecmi-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="aecmi-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="aecmi-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="26m7r-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="26m7r-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="26m7r-0-0" style="font-family: inherit;">2) Fiquei maravilhado com a qualidade musical presente na programação do primeiro dia do Forró Caju em Casa. Uma gente jovem fazendo emergir novos movimentos, com sotaque do povo real: as meninas do Marcos Freire II, a garota do Lamarão, o fechamento do Pipo’s. Há sons novos no ar. A nova cena musical aracajuana está dentro do edital do Forró Caju em Casa.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="9p7em-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9p7em-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="9p7em-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<br />
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="ecg9a-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
</div>
<br />
<div class="" data-block="true" data-editor="7j5g9" data-offset-key="1js0n-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1js0n-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: left; white-space: pre-wrap;">
<span data-offset-key="1js0n-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;">3) A transmissão da programação se deu por três canais de TV, uma emissora de rádio, as redes da PMA e Funcaju e o canal da PMA no You Tube. Este último se impõe cada vez mais como o que os intelectuais do bar chamam de “lugar de fala”, o protagonismo que a radiodifusão exerceu por seis ou sete décadas. É outro meio, portanto, são outras linguagens, outros protocolos de leitura, se impondo sobre um mundo que, para o bem ou para o mal, vem obsolescendo. </span></span></div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-41177362777069975882020-05-08T12:05:00.002-03:002020-05-08T12:05:23.678-03:00Anotações sobre o fim do mundo (XIII)<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">A pandemia e a iniquidade humana pelo olhar da imprensa</span></div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
A Alemanha começou seu lockdown em meados de março, justamente quando a gente iniciava nossa quarentena tabajara, padrão nacional, ou seja, meia boca. Hoje, começa a liberar tráfego, gente na rua e até o campeonato de futebol, que pode iniciar daqui a uma semana. </div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
--- &&& ---</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Pelo jornal da rádio Band News ouço a notícia de que em Belém do Pará, após o lockdown , o prefeito local considerou como “essencial” o trabalho das empregadas domésticas. Não se trata de nenhum reconhecimento ao suado, sofrido e digno trabalho das domésticas, mas, ao contrário, de uma medida do “pouco se lixando” contra trabalhadoras que, diferente da maioria das pessoas, recolhidas em casa para preservação da própria vida, vão furar os bloqueios de Belém para levar a uma gente egoísta e mesquinha os serviços que podem, muito bem, ser exercidos pelos donos e donas de casa. Neste momento e nestas condições, o trabalho das domésticas não é essencial, se comparado ao indispensável trabalho de médicos, enfermeiros e técnicos da área de saúde. O Brasil não se envergonha de ser o Brasil de sempre. Pelo andar dos 520 anos, nunca teremos vergonha de nada.</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Se comparados com a Alemanha, é outro 7 a 1 que a gente toma deles.</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-88819049738116060052020-05-04T12:51:00.003-03:002020-05-04T12:51:40.081-03:00Anotações sobre o fim do mundo (XII)<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
O chamado
brasileiro médio é uma abstração construída pelos sociólogos e
que representa não esse tipo bonachão, simpático, o homem cordial
de Sérgio Buarque de Holanda ou o de Belchior, aquele que diz sempre
“com licença, por favor”. Nosso brasileiro em questão é o mais
corriqueiro, aquele que existe desde Cabral e que o jogador Gérson
celebrizou no famigerado comercial do cigarro Vila Rica (“o
importante é levar vantagem”), estabelecendo desde então a
lastimável Lei de Gérson, a única que a classe média brasileira
cumpre com devoção canina. Os mais ricos e mais pobres também têm
o mesmo apreço para a tal lei, que significa a adoção do salve-se
quem puder em todos os campos da vida.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Assim somos
desde sempre, para ilustrar nossa ignorância, ausência de
protocolos, desrespeito ao próximo e egoísmo criminoso. Na
literatura, talvez Nelson Rodrigues tenha sido quem melhor descreveu
nossas iniquidades. Agora pulemos para a vida real da pandemia.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
No Mosqueiro há
um supermercado antes chamado de Pão de Açúcar, embora de nome
pretensioso, um simpático mercadinho frequentado pela gente simples
do lugar e os passantes melhor providos. Após a chegada do
“verdadeiro” Pão de Açúcar em Sergipe, o proprietário, rapaz
simples, conterrâneo meu de Macambira, logo tratou de rebatizar seu
negócio para Paseo, que não sei o que significa, mas ele,
certamente, sabe o que significa peitar os tubarões da gigante
fundada por Abílio Diniz.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Nesses dias de
pangonia nossas compras são nervosas, com olhos tensos para quem
passa por nós raspando a tinta e espalhando vírus no ar.
Infelizmente, lá no Paseo, como em qualquer lugar, pais e mães
irresponsáveis ainda insistem em levar filhos pequenos para esses
passeios, com o perdão do trocadilho. Sabe-se lá o que explica pais
levarem crianças numa ida ao supermercado, mas o fato é que muitos
não acham isso, ou não se incomodam com a vida de seus pequenos e
do resto das pessoas. Daí, ignoram os riscos que ambos representam
num contato que poderia ser evitado.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Sábado
passado, em meio ao mencionado nervosismo das compras, somos
obrigados a desviar de um par de moleques malcriados, um deles já
grande, jeitão de abobado, fazendo dos corredores do modesto Paseo o
playground para brincadeira de criança pequena. No caixa, o
responsável pelo retardo dos meninos, pai branco, cara de bem
nascido, máscara na sua cara de mascarado e olhar furioso da classe
média quando alguém ousa contrariar suas vontades. Ninguém ousou
reclamar, mas muitos dirigiam o olhar de reprovação para o
marombado pai, tão cioso de si, tão negligente com os outros.
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Na porta do
super, desconhecendo regras, desprezando o amplo e vazio
estacionamento da empresa, um portentoso Audi preto aguardava
completamente irregular, interrompendo o fluxo, prejudicando a
mobilidade. Nada mais que um caso comum de trânsito, como cantava o
mesmo Belchior, nossa classe média mal educada e arrogante, rasgando
regras e cuspindo perdigotos em nossa cara. Pelo visto, seguirá
sendo assim em mais outros 500 anos. Toca a vinheta: Brasil, zil,
zil!</div>
<br />Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-19603432207179666172020-05-04T11:32:00.001-03:002020-05-04T11:32:05.936-03:00Anotações sobre o fim do mundo (XI)<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsb-W_w6KQX9ffcLujgYYXWRUNgnw7fYO7_GUyOLDE7vEv4Trw7nbrPIn6nI8wEt-J2626NEC_yXwdTRsjYy3vrofSoPJUXQoTmLOZ_HySlnABh6E560ZeQ0dbZX7XNZVO72t5t-fO2YU/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsb-W_w6KQX9ffcLujgYYXWRUNgnw7fYO7_GUyOLDE7vEv4Trw7nbrPIn6nI8wEt-J2626NEC_yXwdTRsjYy3vrofSoPJUXQoTmLOZ_HySlnABh6E560ZeQ0dbZX7XNZVO72t5t-fO2YU/s1600/download.jpg" /></a></div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">Minha (triste) vida de cachorro com a Deso</span></div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Há 25 anos vim morar no Mosqueiro, na ponta final da Sarney, onde Judas perdeu as botas. Ninguém queria nem andar por aqui, imagine viver. Mas vi uma entrevista de Jane Fonda dizendo que dormia com um travesseiro com um simulador das ondas do mar e aí tomei a decisão que há tempos pretendia: vim morar no mar. Não é um mar de Pessoa ou dos bem nascidos (e melhor vividos) do Morada da Praia, I e II. O condomínio onde me escondo foi assim descrito pelo jornalista Zenóbio Melo numa visita que me fez, para alguma rodada de grogue certamente, há uns 15 anos: “porra, eu pensei que você morava num condomínio da Sarney. Isso aqui é o Marcos Freire IV”. </div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Além de fazer parte da série D, no dizer do linguarudo Zenóbio, não recebíamos sequer os vapores da então preciosa água da Deso. Todos tínhamos que recorrer a poços artesianos que nos ofereciam diariamente água, barro e ferro, este último diluído nas duas substâncias. Como tal estatal é mal afamada desde os tempos do nosso fundador Cristóvão de Barros, instalei uma geringonça tecnológica que separava a água que jogava no jardim e outra que era filtrada por carvões e mecanismos da engenharia, para ter o moderno direito a uma água capaz de lavar um copo. Investimento de uns dois pilas.</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Anos depois a sempre mal afamada Deso descobriu que já era lucrativo expandir seus negócios pras bandas da Sarney, numa visão social parecida com o atual ministro da Economia, o Posto Ipiranga, que nesse momento frita no caco de Satanás. Instalada no Condado do Mosqueiro, assim nomeado pelo teatrólogo Jorge Lins, aspirante a Conde, sempre tivemos um casamento como todos, ou seja: mais desamor do que harmonia. Até que um dia... até que muitas vezes ficamos a mercê de seus descasos, literalmente desabastecidos. </div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Nesta semana que este domingo enterra, a famigerada Deso achou pouco sua trajetória de malfeitora e nos aplicou dois violentos golpes de uma só vez: além de provocar o célebre “a água não está subindo”, ainda nos entregou boletos com reajustes de, no meu caso, 100%. Sem uma notícia, uma advertência que fosse, para evitar infartos e crises de fúria, a caixa-preta estatal piorou os serviços e aumentou o preço da má prestação. Para uma empresa com visão social Posto Ipiranga, era o único jeito dela participar da agonia da pandemia. Senão, não seria a Deso.</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-58750408103996900642020-05-04T11:29:00.003-03:002020-05-04T11:29:35.274-03:00Anotações sobre o fim do mundo (X)<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;"> Em 1928, pouco antes da Revolução de 30, os conspiradores se articulavam dentro e fora do país. Oscar Pedroso Horta, jornalista do Diário da Noite, depois Estado de S. Paulo, faz uma perigosa viagem de monomotor de Santos a Porto Alegre e depois a Montevidéu, para levar uma encomenda de alguns mapas estratégicos para o movimento. Foi à pedido de Siqueira Campos, ele mesmo, o do movimento tenentista, herói do Forte de Copacabana e membro da Coluna Prestes, esse que dá nome a um importante bairro de Aracaju. Deveria entregar os tais mapas a Prestes, exilado no Uruguai. E agora é ele, Pedroso Horta, quem conta, a Sebastião Nery, no seu “Ninguém me contou, Eu vi”:</span></div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
De repente, mal eu chegava, aparece no hotel um homenzinho muito magro e muito feio, calçado em botinas de elástico:</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
- Sou o comandante Luís Carlos Prestes.</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Percebi logo que era um agente da polícia brasileira.</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
- O senhor não é Oscar Pedroso Horta?</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
- Sou.</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
- Não trouxe uma encomenda de São Paulo para mim? </div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
- Não o conheço. Estou aqui a negócios, não trouxe nada.</div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
O homenzinho muito magro e muito feio foi embora. Tratei logo de trocar de hotel. Peguei um táxi e fui ao endereço de Luís Carlos Prestes. Lá, para espanto meu, encontrei exatamente o homenzinho muito magro e muito feio. Era ele mesmo.</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-55310867203416735812020-05-04T11:28:00.003-03:002020-05-04T11:28:44.302-03:00Anotações sobre o fim do mundo (IX)<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT8Lq-FWHUVrdwhLs8VUp6ipTXT8nh3bkUyp8rQqKR4kbcbACZhvr66OTciFxG8UVQ0Gvn7XP_WoJxhyphenhyphenlc6riFn27lNQkNQTddGytaLBPp3_VeScBgTNU51DMO6WhuoI054-BkN6omwtc/s1600/Helio_fernandes_tvbrasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="472" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT8Lq-FWHUVrdwhLs8VUp6ipTXT8nh3bkUyp8rQqKR4kbcbACZhvr66OTciFxG8UVQ0Gvn7XP_WoJxhyphenhyphenlc6riFn27lNQkNQTddGytaLBPp3_VeScBgTNU51DMO6WhuoI054-BkN6omwtc/s320/Helio_fernandes_tvbrasil.jpg" width="320" /></a></div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">Ainda do livro Ninguém Me Contou, Eu Vi, de Sebastião Nery, em entrevista com Hélio Fernandes, da lendária Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, o irmão de Millor conta que Golbery, o diabólico general que encantava até gente de esquerda (Glauber Rocha o chamou de gênio de raça, certa vez), era muito amigo de Carlos Lacerda. Mas brigaram no episódio do movimento para não dar posse ao presidente João Goulart. Jango, como se sabe, era o vice de Jânio, o tresloucado que renunciou pensando que o povo ia chamá-lo de volta. Como isto não se deu, e Goulart era temido pelos militares + UDN e a totalidade da burguesia nacional, começou uma conspiração para não permitir a posse de Jango, que, no dia da renúncia do presidente, estava em viagem à China. Como divergissem nas estratégias desse outro golpe, de amigos fraternos viraram inimigos figadais. Diz Hélio Fernandes, sobre o tal gênio da raça:</span></div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
“Golbery só tinha uma meta e um objetivo no governo, que era liquidar a candidatura Lacerda. Golbery passa 24 horas por dia sem fazer nada, a não ser pensando em maldade contra alguém, para destruir alguém. Ele não tem nenhuma ideia construtiva. Nunca teve uma. O livro dele sobre geopolítica é terrivelmente cansativo, não tem nada de geopolítica, não tem nada de literatura. Tem apenas o número de páginas. Se fosse impresso em branco era a mesma coisa. Ele é um gênio da maldade.”</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-24483960381527092432020-05-04T11:24:00.003-03:002020-05-04T11:24:30.116-03:00Banese, um banco kafkiano<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">O escritor tcheco Franz Kafka, autor, dentre tantas obras célebres de “A Metamorfose”, ficou conhecido pela complexidade de situações que atravessam seus enredos, explorando mecanismos psicológicos considerados absurdos. Dessa visão da vida em sua obra resultou o adjetivo “kafkiano” para designar absurdos, irracionalidades etc. Em terras sergipanas, um modesto banco estadual exibe doses fartas do escritor tcheco na sua agência do Calçadão da rua João Pessoa, pomposamente chamada de Magazine. Desde outubro passado este modesto locutor que vos fala aceitou a espinhosa missão de responder pela administração do condomínio onde me escondo há 25 anos. Desde outubro faço pagamentos mensais, por cheque, esse objeto em extinção no resto do mundo. Mas, se o Banese quer cheque, tome-lhe cheque. Desde então, a tal agência Magazine desenvolve um divertido jogo contra essa alma indefesa. Divertido pra eles, os sádicos funcionários que operam aquela casa dos absurdos. Por algumas vezes tive que assinar novamente cheques encaminhados para pagamentos, por “divergência de assinatura”. Depois de assinar papéis por mais de quatro décadas, caixas da refrigerada Magazine decidem quando minhas firmas são verdadeiras ou falsas. Sabe-se lá quem, talvez Deus, concedeu poderes tão fortes aos desconfiados servidores. Como parte do jogo de diversão dos sádicos caixas, agora, depois de sete meses, resolveram que todo cheque deve trazer duas assinaturas, a desse infeliz síndico – profundamente infeliz! – e de novo personagem, o sub-síndico, que deve ser tirado do sossego de sua quarentena para rabiscar exigências de última hora, invenções inúteis da burocracia baneseana, novas regras do jogo inventado por eles. O resultado dessa história, para não cansá-los mais, é o acúmulo de dívidas, como se meu honesto e pontual condomínio fosse um reles mau pagador, um caloteiro da praça, irresponsável como as medidas de bancários déspotas que vivem de mandar à merda dos direitos do consumidor. O detalhes finais: desde antes da quarentena, dezenas e dezenas de vezes eu tentei falar por telefone com a metida agência, que, de tão convencida, jamais atendeu minhas desesperadas ligações. Agora, com o funcionamento meia-boca, é que não atendem mesmo. Procuro por gerentes, sub-gerentes, sub-subs, um simples contínuo que seja, mas meus gritos não são ouvidos. Sem comunicação por telefone, esse meio inventado ainda no século 19, imagine e-mails, zaps ou instas, essas modernidades que fazem os sub-subs baneseanos arderem de ojeriza. Ir pessoalmente, nem pensar: a repartição fechou. Resumindo, não há peste no mundo que consiga falar com os inacessíveis buRRocratas da agência Kafka, ops, Magazine. Vou cortar os pulsos. Ou mudar de banco.</span></div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-74454175176236430982020-05-04T11:22:00.000-03:002020-05-04T11:22:23.253-03:00Anotações sobre o fim do mundo (VIII)<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGQDZKkHZ8fTBpluTWT42a-VYnmcXKBYXqtGiPd-0qZ6Xx7y_AfBna5fb_B3zAHDRze17pJgKFWVTIhrbuf_LPMoj4sb7leS7P146gjLsk0r01sZJDBLs96CsLTf8LtOLEe8IyFWSxBT0/s1600/93353877_10217262988587542_2798508545845231616_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1032" data-original-width="774" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGQDZKkHZ8fTBpluTWT42a-VYnmcXKBYXqtGiPd-0qZ6Xx7y_AfBna5fb_B3zAHDRze17pJgKFWVTIhrbuf_LPMoj4sb7leS7P146gjLsk0r01sZJDBLs96CsLTf8LtOLEe8IyFWSxBT0/s320/93353877_10217262988587542_2798508545845231616_o.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjps3R4uvtK73vJNT7_ngT1G8jVZ979I0ZV_tWmqHuLCh_gH-NRb0rXmW1EQIbrOAESUqcvQzEPQfByxS3wCHKqz18W1Y6DS_CndrcmxthuhlEaG0z39E4eue18jH-ca8ywkFt05o73VJU/s1600/93903967_10217262989867574_5176293906534367232_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1032" data-original-width="774" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjps3R4uvtK73vJNT7_ngT1G8jVZ979I0ZV_tWmqHuLCh_gH-NRb0rXmW1EQIbrOAESUqcvQzEPQfByxS3wCHKqz18W1Y6DS_CndrcmxthuhlEaG0z39E4eue18jH-ca8ywkFt05o73VJU/s320/93903967_10217262989867574_5176293906534367232_o.jpg" width="240" /></a></div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">A memória política do Brasil, por Sebastião Nery</span></div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Da biblioteca de Papai, leio "Leandro Maciel – Perante Sergipe", de J. Freire Ribeiro. Vale pela história do grande líder udenista, chefe político do Estado durante anos, até a fragorosa derrota para Gilvan Rocha em 74, nas célebres eleições em que o MDB elegeu uma caçambada de senadores pelo país. Mas é mais do mesmo, a crônica do poder, por um apaixonado militante da causa. </div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Em “Ninguém Me Contou, Eu Vi”, Sebastião Nery, baiano de Jaguaquara, ex-tudo na imprensa brasileira, ex-líder estudantil, vereador por Belo Horizonte, deputado estadual pela Bahia e federal pelo Rio, naquela fornalha eleita com Brizola em 1982, uma eleição também célebre, porque Brizola era a esquerda no Rio de Janeiro, com os principais intelectuais, artistas e todos os desejavam enterrar o “Chaguismo”, a corrente emedebista no Estado, tão governista que, mesmo numa ditadura, os militares deixaram o Rio sob o comando de Chagas Freitas, do MDB.</div>
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Tenho lido outras preciosidades do jornalista Nery, uma figura que depois fez suas escolhas, aderiu a Collor e foi adido cultural em Paris. Mas se o leitor for capaz de passar álcool gel nos preconceitos e focar tão somente no valor histórico, a leitura é uma mão cheia. Mesmo porque, antes do autor fazes tais opções, produziu uma densa obra, como um relato jornalístico por vários países socialistas nos anos 80. Funciona como uma radiografia ou um balanço, naquela quadra, do estágio e dos resultados dos governos socialistas no mundo inteiro. </div>
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Nery, antes de virar bicho na ótica da esquerda de plantão, teve uma longa trajetória nesse campo. Por essa época circulou em vários países os Cadernos do Terceiro Mundo, uma proposta interessante de jornalismo alternativo ao mainstream, às grandes agências de notícias e redes de televisão. Nery fez parte dessa história. Os Cadernos circulavam, que eu saiba, na África lusitana, toda a América Latina e, creio, nos países do leste europeu. Seu projeto editorial era liderado por Neiva Moreira, grande jornalista maranhense estabelecido no Rio, ligado a Brizola, que também foi deputado federal numa suplência. Conheci Neiva, que já o lia no Pasquim, nos meus tempos de Maranhão, na TV Difusora. Boa prosa, ele gostava de ir na redação para alguma entrevista ou apenas a troco da boa conversa. Uma figura.</div>
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Outro livro de Sebastião Nery é seu relato sobre a Revolução dos Cravos, a liberação portuguesa que pôs fim a 40 anos de Salazarismo, a ditadura encarnada em António de Oliveira Salazar, o equivalente português do ditador espanhol Francisco Franco. A riqueza do texto é o fato do jornalista cumprir aquela máxima da “testemunha ocular da História”, ou seja, ele tava em todos os lugares e na hora em que os fatos se desenrolavam. É incrível a capacidade desse jornalista estar sempre no lugar e na hora certos, em todas as suas coberturas. Na política brasileira não foi diferente e neste “Ninguém Me Contou, Eu Vi”, Nery só confirma o golpe de sorte ou de destreza: está em todas, mas não só observando, se não fazendo parte do enredo.</div>
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Para além de fazer um passeio por nossa história contemporânea pelo olhar não acadêmico, ou seja, de um jornalista de jornais, farejo a presença de sergipanos nessa história, que, a rigor, é a nossa história política no século passado. E a menção ao velho Leandro é porque é o único, ao lado de Seixas Dória, que aparece algumas vezes no livro. Outro que é citado algumas vezes é Joel Silveira, disparadamente o sergipano mais influente no cenário nacional no século XX, por tudo que foi e fez, íntimo do poder, mas de uma intimidade útil apenas para contar suas histórias, e não pelo poder em si. Joel, ao contrário, sempre foi um boêmio, desprendido de apegos e disposto mais a cultivar suas feéricas brigas com gente como Jorge Amado, dentre outros.</div>
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Mas causa espécie que só esses dois políticos, Leandro e Seixas, dois ex-governadores, apareçam no livro, já que Nery cobre um trecho que vai de Getúlio a Dilma. E, entre os sergipanos, ninguém mais consta. Ninguém é ninguém. </div>
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Leandro surge quando era virtualmente o candidato a vice na chapa de Jânio Quadros, o que seria um feito inédito para nossa invisibilidade política. Note-se que tivemos um pouco antes intelectuais absolutamente influentes e respeitados, como Silvio Romero e Gilberto Amado, mas na esfera estrita do poder o que tivemos de mais prestigiado foi a presença de Lourival Fontes no famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda de Getúlio Vargas, o DIP da repressão aos opositores ao regime. Mas não foi daquela vez que Sergipe se redimiu de sua opacidade histórica, palavrão que recorro para não usar o incômodo insignificância. Maciel foi desalojado da chapa antes que se ela se efetivasse, ignorado que era pelo próprio Jânio, segundo Nery, que o chamava de “ataúde de chumbo”, ou seja, o atual mala.</div>
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Dória, diferente, aparece várias vezes e sempre levado a sério, em reuniões decisivas, com quem decidia, mesmo no campo da oposição. Ele foi deputado ligado à gente como Miguel Arraes, o próprio João Goulart e tantos outros que resistiram à ditadura e exerceram o poder a partir de 1985. Ele mesmo foi preso e cassado em 64, despachado do Palácio Olímpio Campos para Fernando de Noronha. No governo Sarney, da Aliança Democrática feita de PMDB com PFL, Seixas foi presidente da Petromisa e teve influência na política local. Eloquente, mas simples, de vida espartana, nunca deixou de exercer um certo charme entre seus companheiros da esquerda no núcleo do poder nos anos 50 e 60. Conheci Seixinhas, como era chamado por aqui, nos anos em que atuei na sucursal da Tribuna da Bahia e na TV Sergipe, editando e co-apresentando o Bom Dia. Até hoje lamento não ter explorado mais a riqueza da experiência deste sergipano que foi, de fato, um dos poucos que brilharam lá fora.</div>
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Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-43095712188850696702020-05-04T11:16:00.001-03:002020-05-04T11:16:35.431-03:00Anotações sobre o fim do mundo (VII)<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQQLmddezufZll7Z7q-IZy3gk9IeS__mfd2xIeqgZPVQ3IZx9RA-J4db0881VqLA7dsOi5aGtJwt72j0ymhq_rrfK-MZKUR3IJre3MsrxxY7YtgxxaGPNKc7IZgqN4061xiGaSQ3vloU4/s1600/92552714_10217208324500974_4857806460739911680_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQQLmddezufZll7Z7q-IZy3gk9IeS__mfd2xIeqgZPVQ3IZx9RA-J4db0881VqLA7dsOi5aGtJwt72j0ymhq_rrfK-MZKUR3IJre3MsrxxY7YtgxxaGPNKc7IZgqN4061xiGaSQ3vloU4/s320/92552714_10217208324500974_4857806460739911680_o.jpg" width="240" /></a></div>
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">O mundo foi tão dominado pelo discurso do produtivismo que até velhos esquerdistas são flagrados volta e meia discutindo prejuízos, queda nas bolsas, falências múltiplas e coisas assim. Como se fosse deles cada centavo supostamente perdido. Digo supostamente, porque a loucura capitalista nos empurrou para a riqueza virtual, a financeirização da vida, que fez tudo se tornar volátil em segundos. A Rússia brigou com os sauditas de noite e a Petrobrás amanhece valendo menos 50 bilhões. Ah, briga resolvida. E a Petrobrás ganha outros tantos no mesmo lapso de tempo. O jornalismo, bastião de resistência ao ordinário – como dizia a amiga Ilma Fontes - entrou nesse jogo, se permitindo roteirizar a chorumela neoliberal, conferindo relevância ao seu diário de iniquidades. Só uma peste que deixa no mesmo nível de insegurança o primeiro ministro inglês, o príncipe Charles e a cachorra de Corí para nos chamar de volta à realidade. Andam dizendo que depois dessa gripe o mundo não será mais o mesmo. Quiçá que sim, afinal, como disse Caetano já há algum tempo: alguma coisa estava fora da ordem. Depois dessa vai ficar mais fácil pensar livre, sacudir velhas ideias caiadas como novas e derrubar certezas que não resistiram a uma gripe. Novamente Caetano: la leche buena toda em mi garganta, la mala leche para los puretas.</span></div>
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Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-86206087930528028752020-05-04T10:55:00.001-03:002020-05-04T11:18:41.948-03:00Anotações sobre o fim do mundo (VI)<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Aproveito também a quarentena para os muito mais de 40 filmes atrasados, que vejo agora um a um, dos diálogos improváveis de Abbas Kiarostami ao cinema soviético, que, depois da debacle da cortina de ferro, começou a despertar meu interesse. E é um grande cinema, com diretores, técnicos e atores sofisticados, que mantêm a tradição iniciada no limiar do século passado, com Eisenstein e tantos outros. Aqui, duas dicas:</div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Fausto, de F. W. Murnau<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">, baseado na obra do célebre Goethe, que explora o mito do homem que vendeu a alma ao diabo. O filme é de 1926 e é um dos grandes trabalhos de Murnau, um dos mais valorosos representantes do cinema mudo e do chamado cinema expressionista alemão. Além de ser baseado num gigante da literatura universal, o diretor é um pioneiro dos efeitos especiais no cinema e, para alcançar os resultados do filme, desenvolve uma obstinada construção de cada cena, algo praticamente impensável ainda na aurora do cinema no mundo inteiro.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Vassa, história de uma família burguesa da Rússia pré-revolucionária, enfrentando já os prenúncios da nova era política que dominaria o país até... até hoje. O filme baseia-se numa peça de Maksim Gorky, ele mesmo, autor do célebre A Mãe, que fez a cabeça da esquerda mais velha, como este locutor que vos fala. Gorky foi inicialmente um propagandista da revolução e, além de A Mãe, esta peça integra o repertório das obras de arte que o regime russo usou para incrustar seus dogmas. Pouco depois ele se revolta contra o regime de Stalin, mas aí já outra história. Fiquemos com o filme, que vale como registro histórico de um período, para quem quiser conhecer um pouco da história.</div>
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Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-5678984492089809342020-03-27T08:12:00.003-03:002020-03-27T08:12:30.723-03:00Anotações sobre o fim do mundo (III)<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
A falência do chamado socialismo real pode ser comprovada amplamente, ao gosto do freguês: por farta literatura, cinema e as próprias ciências sociais. Na União Soviética e na Cortina de Ferro, essa derrocada passou na TV ao vivo, no mundo inteiro, com a queda do muro, o fuzilamento do casal Ceausescu na Romênia, a desintegração da Iugoslávia e o papa João Paulo II cantando de galo pra comemorar uma vitória quase pessoal. De minha parte, a<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">ssisti à ruína do socialismo real em Cuba, nos três meses em que morei lá, em 1989, embora Cuba tenha muito que ensinar ao mundo e que, em alguns campos importantes da vida, exiba dados impressionantes. Mas no geral a conta fecha negativa, pelo nível de pobreza apresentado pela quase totalidade da população. Socialismo pra isso não serve, e foi isso que fez seu modelo ruir, ensejando, de quebra, o conceito de socialismo real, como se restasse a esperança de um socialismo utópico perfeito.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Continuo com a visão crítica para a vida e o mundo, mas carrego comigo a impressão de que a ideia de socialismo verdadeiro, aquele que faz jus ao nome e à justiça social em si, só funciona na morte. A morte é demonizada desde que largamos o berço e tomamos conhecimento dela, e não é pra menos, afinal, à exceção dos suicidas, ninguém quer largar o osso e a festa que é só o fato de estar por aqui, mesmo em condições desumanas. Bom ou ruim, antes vivo do que morto, não é assim? Mas era na morte que se materializava a única justiça imparcial, cega, certa e segura. Desde remotas eras, reis, príncipes e faraós tentaram driblá-la, ou disfarçar sua sentença inadiável, sem sucesso.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Aqui nas redes leio texto distribuído pelo amigo espanhol Fernando Roqueta, do autor Ramón Barea, que relaciona as principais vítimas das grandes pestes contemporâneas. A Aids, no começo dos anos 80, que matava viados, putas e drogados. A epidemia de Ebola, em 2016, que atingia negros e os que se metessem por esses países exóticos, ou a grande crise de 2008, que era, afinal, uma calamidade contra os pobres. Assim, agora estamos diante de uma ameaça que foi para o coração da vida ocidental e desequilibrou toda a segurança que os donos do mundo ostentavam até então. Diz ainda o autor que, enquanto o problema estava circunscrito à China, todos eram risos e piadas, na suposta certeza de que esses males de tão longe jamais afetariam nosso confortável e seguro modo de vida ocidental. Eis que estávamos todos enganados, minimizando esse monstro que agora nos morde os calcanhares sob nossos lençóis. O medo é de todos, sem distinção, porque é real. Não foram as duas grandes guerras e outras tantas, nem os cracks de bolsas, invasões, saques e genocídios que fizeram o homem pensar duas vezes. Foi uma ameaça real que não dá segurança absolutamente a ninguém e, por isso mesmo, a mais justa de todas, como a morte.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
É a partir destas cinzas que retomaremos um mundo novo. Ou não.</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-53173859105650503322020-03-27T08:11:00.000-03:002020-03-27T08:11:00.091-03:00Anotações sobre o fim do mundo (II)<div class="_1dwg _1w_m _q7o" data-vc-ignore-dynamic="1" style="font-family: inherit; padding: 12px 12px 0px;">
<div style="font-family: inherit;">
<div class="_5pbx userContent _3ds9 _3576" data-ft="{"tn":"K"}" data-testid="post_message" id="js_l0" style="border-bottom: none; font-family: inherit; font-size: 14px; line-height: 1.38; margin-top: 6px; padding-bottom: 12px;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5e7dde80ca3a81c82557999" style="display: inline; font-family: inherit;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: inherit;">Mais de Marcelo Mirisola em Hosana na Sarjeta</span></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Ela aferiu a ereção e depois nos grudamos num beijo de língua. No meio do beijo - de olhos fechados, juro - ocorreu-me o seguinte: 'incorporação por incorporação, sou mais a Marisete'. Que, além de ser meu gênio particular, sempre foi parceiro nas merdas em que nos metemos, e nunca me renegou, nem jamais entregaria a guarda prum Paulo Coelho ou pra dona Zí<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">bia Gasparetto em horário comercial.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Pensei comigo: 'Ganhei na lábia, ela tem uma bunda branca, redonda e macia, é engraçada e a breguice dela, até o chapeuzinho de poodle, dentro do contexto, tem lá o seu élan, porra!, ela não sabe que eu sou escritor... nunca leu Dostoiévski e nunca vai ler Cioran, o negócio de Paulinha Denise é dona Zíbia Gasparetto. Ah, obrigado, meu Deus. Uma mulher que jamais vai encher o saco com Clarice Lispector e Amélie Poulain! Caraio, tô livre da ficção se misturando com a realidade!</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Paulinha era brega, mas tinha majestade. Uma garota bacana, inteligente, meio abilolada e muito gostosa. A Capitu mareada que tanto pedi a Deus, sem o par de cornos. Agora, diante de tantas novidades, o que mais me incomodava era minha atividade de escritor. Não queria que ela soubesse. Tinha vergonha. Acreditava sinceramente que essa era a raiz de todas as cagadas da minha vida, do acúmulo de todos os erros e infelicidades. Entretanto, eu estava decidido a não mentir, não fazia sentido esconder o lado podre. Se ela quisesse mesmo ser minha mulher, teria de aceitar o pacote completo, eu & meus doze livros publicados. Mesmo porque, se eu não contasse, alguma entidade, digo, algum amigo meu ia aparecer lá em casa e soprar pra ela."</div>
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</div>
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<div class="_3x-2" data-ft="{"tn":"H"}" style="font-family: inherit;">
<div data-ft="{"tn":"H"}" style="font-family: inherit;">
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<div style="font-family: inherit;">
</div>
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<div class="_3vum" style="align-items: center; border-bottom: 1px solid rgb(218, 221, 225); color: #606770; display: flex; font-family: inherit; line-height: 20px; margin: -2px 12px 0px; padding: 0px 0px 10px;">
<div class="_66lg" style="align-items: center; display: flex; flex-grow: 1; font-family: inherit; overflow: hidden;">
<span aria-label="Veja quem reagiu a isso" class="_1n9r _66lh" role="toolbar" style="align-items: center; background-color: white; display: flex; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: -2px; margin-right: 2px; margin-top: -2px;"><span class="_1n9k" data-hover="tooltip" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 12px; display: inline-block; font-family: inherit; font-size: 11px; line-height: 16px; margin: 0px 0px 0px -2px; outline: none; padding: 2px; position: relative; z-index: 3;" tabindex="-1"><a ajaxify="/ufi/reaction/profile/dialog/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&reaction_type=1&av=1256708220" aria-label="11 Curtir" class="_1n9l" href="https://www.facebook.com/ufi/reaction/profile/browser/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&av=1256708220" rel="dialog" role="button" style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration-line: none;" tabindex="0"><i class="q9uorilb l9j0dhe7 hm271qws ov9facns khgy6jzf sp_q3fX4Y73Ou0 sx_85334a" role="img" style="background-image: url("/rsrc.php/v3/yS/r/lEyFUazaz2L.png"); background-position: -49px -1159px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 18px; position: relative; vertical-align: top; width: 18px;"></i></a></span><span class="_1n9k" data-hover="tooltip" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 12px; display: inline-block; font-family: inherit; font-size: 11px; line-height: 16px; margin: 0px 0px 0px -4px; outline: none; padding: 2px; position: relative; z-index: 2;" tabindex="-1"><a ajaxify="/ufi/reaction/profile/dialog/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&reaction_type=2&av=1256708220" aria-label="2 Amei" class="_1n9l" href="https://www.facebook.com/ufi/reaction/profile/browser/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&av=1256708220" rel="dialog" role="button" style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration-line: none;" tabindex="-1"><i class="q9uorilb l9j0dhe7 hm271qws ov9facns khgy6jzf sp_q3fX4Y73Ou0 sx_5d1841" role="img" style="background-image: url("/rsrc.php/v3/yS/r/lEyFUazaz2L.png"); background-position: -68px -1159px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 18px; position: relative; vertical-align: top; width: 18px;"></i></a></span><span class="_1n9k" data-hover="tooltip" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 12px; display: inline-block; font-family: inherit; font-size: 11px; line-height: 16px; margin: 0px 0px 0px -4px; outline: none; padding: 2px; position: relative; z-index: 1;" tabindex="-1"><a ajaxify="/ufi/reaction/profile/dialog/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&reaction_type=3&av=1256708220" aria-label="1 Uau" class="_1n9l" href="https://www.facebook.com/ufi/reaction/profile/browser/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&av=1256708220" rel="dialog" role="button" style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration-line: none;" tabindex="-1"><i class="q9uorilb l9j0dhe7 hm271qws ov9facns khgy6jzf sp_q3fX4Y73Ou0 sx_556406" role="img" style="background-image: url("/rsrc.php/v3/yS/r/lEyFUazaz2L.png"); background-position: -68px -1197px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 18px; position: relative; vertical-align: top; width: 18px;"></i></a></span></span><a ajaxify="/ufi/reaction/profile/dialog/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&av=1256708220" class="_3dlf" data-testid="UFI2ReactionsCount/root" href="https://www.facebook.com/ufi/reaction/profile/browser/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6MTAyMTcwNTkyODYyOTUxMTI%3D&av=1256708220" rel="dialog" role="button" style="background-color: white; cursor: pointer; display: block; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 16px; max-height: 16px; overflow: hidden;" tabindex="0"></a></div>
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Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-89122834262387945012020-03-27T08:09:00.003-03:002020-03-27T08:09:31.125-03:00Anotações sobre o fim do mundo (I)<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Em condições normais de temperatura e pressão, só a literatura salva. Só ela nos socorre de um mundo modorrento. Ainda mais nos tempos em que ele mesmo, o mundo como ele é, nos ameaça com o velho clichê: ruim com ele, pior sem ele. De modo que, para me acompanhar na solidão compulsória do vírus do fim do mundo, convidei novamente ele, que já vem frequentado muito minha casa nos últimos anos. Marcelo Mirisola e seu último (ou mais recente): H<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">osana na Sarjeta. Para o distinto público, ofereço esses aperitivos:</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
"A questão é a seguinte. Em Paulinha caía bem a figura da puta triste, era como se aquela garota de vinte e poucos anos incorporasse a tristeza do mundo quando olhava de dentro dos seus olhos para os olhos de quem lhe pedisse um cigarro, um dedo de prosa ou socorro, e o engraçado é que os incautos, no final das contas, seguiam esse roteiro: cigarro, prosa, socorro. Não foi diferente comigo. Ela absorvia os despojos e as esperanças de quem a solicitava, engolia tudo. Daí emergia sua majestade.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Num belo dia, Paulinha disse que precisava conversar seriamente comigo. Explicou-me que recebia cinco entidades; agora, só lembro da cigana Sarah e de outra chamada tia Alzira, a dengosa. Acho que nem o Fernando Pessoa incorporava tanta gente. O problema é que, por conta de sua quíntupla personalidade, às vezes ela "estava mas não estava" diante de mim... e eu poderia "estar mas não estar" diante de Sarah, a cigana, de tia Alzira e sabe-se lá de quem mais.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Uma noite, Paulinha Denise bebeu além da conta. A cigana Sarah manifestou-se pela primeira vez. baixou majestática e implacável, à queima roupa:<br />- Você nunca vai amar ninguém nessa vida.<br />Ainda bem que Paulinha havia me prevenido. Safo, respondi na lata:<br />- Tá certo, cigana. Mas agora vou te comer, vira de lado aí."</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-53043099951073082972019-07-25T17:44:00.000-03:002019-07-25T17:44:00.355-03:00À Unimed, sem carinho<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Poucos sabem, mas este locutor que vos fala, como todo mundo, carrega consigo um pequeno inferno. No meu caso, já há alguns anos caminho por longas temporadas para o setor de fisioterapia da Unimed Sergipe, onde me trato de hérnias, tendinites e outras ites, todas elas dolorosas. Há tempos que, entre uma longa espera e outra longa espera, matuto sobre o “modelo de trabalho” desta instituição, na vã esperança de que: 1) ofereça, com minha experiência (e d<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">e graça), um diagnóstico minucioso feito por quem entende do babado em questão, afinal, quem mais do que um paciente observador é capaz disso? 2) melhorar o tal modelo, buscando eficiência, modernização e objetividade nas etapas que integram o processo e, por fim: 3) com tudo isso, diminuir meu sofrimento, que inclui, além das dores inevitáveis, a dor de ver o tempo desperdiçado por demoras mal administradas. Sempre fiquei devendo a mim e à Unimed esse precioso relatório, mais valioso do que 30 pesquisas de satisfação. Nunca o fiz, por consideração, pressa ou preguiça. Hoje sou todo seu, Unimed Sergipe, para discutir agora em público aquilo que sua ouvidoria preguiçosa jamais o fez: melhorar o método e otimizar processos. Hoje, 25/07, cheguei míseros dez minutinhos atrasado na sessão que estava marcada para as 13h, suficientes para ter negado o acesso, tão importante nesse momento em que cada dia é um passo importante para diminuir as dores sem o uso de remédios. Dez míseros minutinhos!!! Cacete, eu chego todo dia pontualmente, às vezes até com meia hora de antecedência. E diga-se que, quando chego antes, nem isso me ajuda a ser atendido mais cedo. A Unimed é um mix do pior dos mundos: se você faz o melhor, ela não leva em conta. É uma máquina dura, um robô cego e surdo às reengenharias que milhares de empresas do gênero incorporam às suas rotinas. A Unimed aqui, digo tristemente na condição de freqüentador quase associado, é uma dor constante na pele de quem precisa dos seus serviços.</span></div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-80835546120745611452019-07-22T09:49:00.001-03:002019-07-22T09:49:45.368-03:00O fim de mais um pequeno sonho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyAHCfmuadg9aBdqL5k6mgI7SxgyDDsUCNZfidhefeUepZVnYizJUkgZ4TrAQzI0B_fjFE99AabIPDxdsLvqiiKvKiivWOw3P_pHu9_1SepwON01vL6YKksjLfJdj6HTMUVIMzm6dQUHs/s1600/67683192_10215224019654593_2056474051206971392_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="851" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyAHCfmuadg9aBdqL5k6mgI7SxgyDDsUCNZfidhefeUepZVnYizJUkgZ4TrAQzI0B_fjFE99AabIPDxdsLvqiiKvKiivWOw3P_pHu9_1SepwON01vL6YKksjLfJdj6HTMUVIMzm6dQUHs/s320/67683192_10215224019654593_2056474051206971392_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Ontem à noite chegou ao fim o sonho da torcida tricolor da Serra em ver a gloriosa Associação Olímpica de Itabaiana ascender à série C do campeonato brasileiro. Mais uma vez, ficou faltando um gol. O terrível terceiro gol do Ituano, em Itu, na semana passada, deixou nosso sonho mais distante. Precisávamos ganhar por dois de diferença para decidir nos pênaltis, ou vencer por diferença de três gols. Ficamos a meio caminho ao bater o Ituano por um a zero no nosso castigado Mendonção. Do ponto de vista técnico, foram duas partidas no mata-mata: perdemos lá e ganhamos aqui. Tecnicamente, poderíamos muito bem estar na confortável zona da série C. Moralmente somos vitoriosos, mas, na real, voltamos à planície do campeonato sergipano e à estaca zero na tentativa de sair do limbo em que se encontram centenas de clubes brasileiros praticamente sem chances de sair do inferno. Desde que ficou definido que pegaríamos o Ituano e não, por exemplo, o Floresta de Pernambuco, vi nossas chances se estreitando. Não que faltassem garra e futebol, como, de fato, não faltaram a este heróico plantel de modestos 50 mil reais. O que estava em jogo era o gigante estado de São Paulo contra o pequenino e pobre Sergipe, completamente fora do cenário do futebol nacional, desde que as séries foram se instituindo e nos empurrando gradativamente para a rabada, os piores entre os piores. E São Paulo, com seus esquemas comerciais de patrocínio e financiamento fez valer a força da grana. No jogo de ida em Itu foram fartas promoções, distribuição de ingressos, para mobilizar a cidade na torcida pelo seu time. São Paulo, com quatro grandes clubes praticamente fixos na divisão de elite, mais um ou dois na B e outros tantos na C, ainda brigou caninamente para bater os sergipanos. E não adianta dizer que futebol se ganha no campo, porque, como se sabe, é no campo mesmo que não se ganha. Os tapetões, subornos, pressões e agora o famigerado VAR, tudo isso faz do futebol um terreno tão inescrupuloso quanto o que atribuem à política. Não estou chorando mágoas nem dizendo que fomos roubados. Fomos, sim, vítimas de um modelo predador, que só favorece os mais fortes e cria enormes barreiras à entrada de novos atores. Com isso, além da concentração e da repetição da lógica de mais do mesmo, resulta em campeonatos assimétricos do ponto de vista regional, da geografia, da cultura e da vida brasileira. O modelo vigente não favorece aquela que é a palavra santa em todos os setores da vida no mundo inteiro, a diversidade. É disso que estamos falando e é disso que me ressinto. De resto, vale registrar a garra dos nossos valorosos combatentes. E escolho dois para render as homenagens ao conjunto. Primeiro, ao presidente Alberto Nogueira, a quem, em alguns momentos, reclamei de excessiva tolerância nos embates locais com a federação de futebol, mas que, competente e sábio, paciente e cheio de esperança, tangenciou todas a dificuldades e levou ao time à quase classificação. Ontem Alberto se consagrou um campeão sem título, e, por tudo que fez pelo nosso querido e sofrido Tremendão, entra de vez para a galeria dos grandes da nossa serra. Depois, o técnico Ferreira, ex-jogador e há muitos anos funcionário do clube, um tolerante e educado rapaz que nunca se incomodou em ser o tapa-buracos nas transições de comando técnico. A prata da casa que, toda vez que foi acionado, deu resultados positivos ao time. Agora, convocado de novo, fixou-se de vez com uma capacidade que nem os estrelados treinadores que por aqui passaram conseguiram realizar, com a diferença de receber um salário infinitamente menor do que os medalhões e de colocar a alma em cada treino ou partida. Parabéns, meus amados tricolores serranos.</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-7855296448231887242019-07-18T12:26:00.001-03:002019-07-18T12:26:35.885-03:00Umberto Eco e os joão-ninguéns empoderados das redes sociais<h1 class="post-title" style="background-color: white; border: 0px; color: #444444; font-family: Oswald, sans-serif; font-size: 2.1em; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.2em; margin: 0px 0px 10px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 1px 1px; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-weight: 400;">A internet e as novas tecnologias, que trouxeram tantas coisas boas, fizeram também isso: empoderaram o sujeito comum, não no sentido de vidas fora de visibilidade, mas aquele personagem que Nelson Rodrigues definiu tão bem nas suas obras, o sujeito opaco, sem brilho, opinião ou caráter, sem perspectivas ou visão da vida. Este Zé Ninguém no sentido mais nocivo emerge do nada, ou melhor, de suas iniquidades, e se transforma em juiz da humanidade, brandindo platitudes sobre tudo com a arrogância dos sábios, perdendo a vergonha de ser quem é, pelo simples fato de não saber olhar para si e se enxergar no oceano de ignorância que sempre foi a sua vida. Oremos. Por todos.</span></h1>
<h1 class="post-title" style="background-color: white; border: 0px; color: #444444; font-family: Oswald, sans-serif; font-size: 2.1em; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.2em; margin: 0px 0px 10px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 1px 1px; vertical-align: baseline;">
<br /></h1>
<h1 class="post-title" style="background-color: white; border: 0px; color: #444444; font-family: Oswald, sans-serif; font-size: 2.1em; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.2em; margin: 0px 0px 10px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 1px 1px; vertical-align: baseline;">
<br /></h1>
<h1 class="post-title" style="background-color: white; border: 0px; color: #444444; font-family: Oswald, sans-serif; font-size: 2.1em; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.2em; margin: 0px 0px 10px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 1px 1px; vertical-align: baseline;">
As redes sociais deram voz aos imbecis, afirma Umberto Eco</h1>
<div class="post-byline" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(221, 221, 221); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left-color: initial; border-left-style: initial; border-right-color: initial; border-right-style: initial; border-top-color: rgb(221, 221, 221); border-top-style: solid; border-width: 1px 0px; color: #333333; font-family: "Roboto Condensed", sans-serif; font-size: 0.8em; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1em; margin-bottom: 10px; overflow-wrap: break-word; padding: 10px 0px; text-transform: uppercase; vertical-align: baseline;">
<time datetime="2015-06-13T22:00:59+00:00" style="border: 0px; font: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; vertical-align: baseline;">13 JUN 2015</time> · <a href="https://pplware.sapo.pt/category/informacao/" style="border: 0px; color: #2e78cc; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-decoration-line: none; transition-duration: 0.4s; transition-timing-function: ease-in-out; vertical-align: baseline;" title="Ver todos os artigos de Notícias">NOTÍCIAS</a><span class="comments-link" style="border: 0px; float: right; font: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="https://pplware.sapo.pt/informacao/as-redes-sociais-deram-voz-aos-imbecis-afirma-umberto-eco/#comments" style="border: 0px; color: #2e78cc; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-decoration-line: none; transition-duration: 0.4s; transition-timing-function: ease-in-out; vertical-align: baseline;">209 COMENTÁRIOS</a></span></div>
<div class="clear" style="background-color: white; border: 0px; clear: both; color: #333333; font-family: "Source Sans Pro", Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; height: 0px; line-height: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: baseline; visibility: hidden; width: 0px;">
</div>
<div class="entry share" style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: "Source Sans Pro", Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<div class="entry-inner" style="border: 0px; float: left; font: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px 0px 15px; vertical-align: baseline; width: 720px;">
<div style="border: 0px; font: inherit; margin-bottom: 1em; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
As redes sociais foram um fenómeno que nos permitiu ter acesso a conteúdos que, de outra forma, seriam muito difíceis de ter conhecimento. Mas… nem tudo são rosas e, a verdade, é que muitas pessoas não estão ‘educadas’ para saberem estar na Internet no geral e nas redes sociais em particular.</div>
<div style="border: 0px; font: inherit; margin-bottom: 1em; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Por sua vez, o escritor italiano Umberto Eco, vem acentuar essa ideia, afirmando que <span style="border: 0px; color: #3366ff; font: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; vertical-align: baseline;">as redes sociais vieram dar voz aos imbecis!</span></span><a class="foobox fbx-link fbx-instance" href="https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2015/06/Umberto-Eco.jpg" rel="foobox" style="border: 0px; color: #2e78cc; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; transition-duration: 0.4s; transition-timing-function: ease-in-out; vertical-align: baseline;" target="_blank"><img class="aligncenter wp-image-313296 size-medium" height="360" sizes="(max-width: 720px) 100vw, 720px" src="https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2015/06/Umberto-Eco-720x360.jpg" srcset="https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2015/06/Umberto-Eco-720x360.jpg 720w, https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2015/06/Umberto-Eco-150x75.jpg 150w, https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2015/06/Umberto-Eco-1024x512.jpg 1024w" style="border: 0px; clear: both; display: block; font: inherit; height: auto; margin: 18px auto; max-width: 100%; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; transition: opacity 0.2s ease-in-out 0s; vertical-align: baseline;" width="720" /></a></div>
</div>
</div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-10363585219607956802019-05-07T16:13:00.000-03:002019-05-07T16:16:41.390-03:00Nosso "jornalismo esportivo" ainda perde em qualidade para o nosso futebol<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjAMUsbkITnHCh-XqazB11RUw3gGiq-oTChBwhwfQtdZFE80_a69hTZvb_eoycKF5hPKX67ov1Ls3LX6dszwk0DuW8JCA2nekSixwvVobEOLgI8OSyGwWvFzQ6P6z5PWlltFFvDu1L5RA/s1600/f8224d1f-2319-43c6-89a1-5aa5dcb00eeb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="1032" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjAMUsbkITnHCh-XqazB11RUw3gGiq-oTChBwhwfQtdZFE80_a69hTZvb_eoycKF5hPKX67ov1Ls3LX6dszwk0DuW8JCA2nekSixwvVobEOLgI8OSyGwWvFzQ6P6z5PWlltFFvDu1L5RA/s320/f8224d1f-2319-43c6-89a1-5aa5dcb00eeb.jpg" width="320" /></a></div>
<span aria-live="polite" class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"tn":"K"}" id="fbPhotoSnowliftCaption" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; outline: none; width: auto;" tabindex="0"><span class="hasCaption" style="font-family: inherit;"></span></span><br />
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5cd1d72854def3a73513547" style="display: inline; font-family: inherit;">
Mas que diabos o Jornal do Dia, do meu querido amigo Gilvan Manoel, tem contra o Itabaiana? Na reta final do campeonato desse ano, o jornal chegou a ser exaustivo na tentativa de promover a anulação da partida entre Itabaiana X Dorense,que poderia ter mudado o finalista que disputaria contra o Frei Paulistano. O problema não era só a insistência num tema de forma intempestiva, mas o mérito da ques<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">tão, já que os motivos alegados para a anulação da partida eram uma lambança só, uma coisa vergonhosa patrocinada pelo Dorense e que alguns jornalistas-torcedores, no exercício de suas paixões, resolveram alimentar. A FSF, alertada da insanidade em marcha, não deu sequência àquilo que seria uma estupenda vergonha e injustiça cometida contra o time serrano. E o resultado todos sabem: o tricolor perdeu o campeonato por falta de qualidade técnica e o Frei Paulistano venceu, por ter um pouquinho mais de arrumação.<br /><br />Hoje, ao noticiar uma bela vitória do time serrano na sua estréia na Série D, eis que o autor da "reportagem" (reportagem ou crônica?), despreza totalmente a brilhante partida jogada pelo Itabaiana e foca no placar de 1 X 0. A má vontade é tamanha que o texto se esforça para piorar cada detalhe. Por exemplo: o gol serrano foi aos 42 minutos, mas o jornal diz que foi aos 43. O que muda isso? Nada. É uma discussão ridícula, mas ridícula, primeiramente, da parte de quem distorce até o tempo em que o gol foi marcado para induzir ao que pretende a manchete, que o Itabaiana só conseguiu a vitória no apagar das luzes, quase chegando a sugerir que por um golpe de sorte, uma fatalidade do futebol. Que triste!</span></div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-39945631410165286572019-04-22T17:44:00.000-03:002019-04-22T17:44:38.953-03:00A França é dos franceses. A conta é nossa<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Desde a noite do incêndio na Notre Dame, fiquei pensando na rápida mobilização para levantar fundos para sua recuperação. Na manhã seguinte já haviam arrecadado 400 milhões e hoje já passa de um bilhão de euros. É incrível que o mundo se mobilize pela arte e pela cultura (e tem que mobilizar, sim), mas naturalize a fome e a violência que transformou a vida dos pobres em inferno em qualquer lugar do mundo. Fiquei indignado em ver o Macron pedir uma campanha mundial de arrecada</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">ção de fundos. E mais perplexo em ver a adesão imediata. A França pedindo ajuda financeira? E o mundo - no qual se inclui gente de países pobres - levantando dinheiro para ajudar a França??!! O incêndio da Notre Dame nos comove e entristece, mas, sem pieguismos regionalistas, dói tanto quanto ver que a igreja de Monte Santo, na Bahia, tão importante para nossa história e cultura (o Conselheiro pregou ali e na região), queimou sob nossa indiferença. Fico pensando: Macron e praticamente toda a geração atual de dirigentes europeus são violentamente contra imigrantes e cada vez mais impõem restrições à imigração. Seu mantra é: a França é dos franceses. Mas na hora de socorrer a catedral, a Notre Dame é do mundo.</span>Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-81120948936390051292019-04-12T17:11:00.001-03:002019-04-12T17:11:22.252-03:00Futebol e identidade<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Causa surpresa que numa terra regida sob o bafo da mediocridade - que campeia em todas as áreas, de A a Z - iniciativas assim ainda aconteçam. E fico feliz em ver esse clip com o hino versão rock de minha gloriosa e querida Associação Olímpica de Itabaiana. Não se trata só de um arroubo de torcedor apaixonado. É preciso dizer antes o que digo há décadas, que o futebol local é um dos bastiões locais da cultura, um dos raros (e últimos) redutos onde guardamos nossa identidade. É tão bom que existam Sergipe, Confiança e seus torcedores encrenqueiros; é tão bom ver o velho Lagarto, de torcida igualmente apaixonada, retomando seu tamanho e valor! Clubes de futebol são como marcas de cidades, da mesma forma que o Santiago Bernabéu está para Madrid como o Camp Nou em Barcelona. Todo mundo que vai ao Rio quer ver o Maracanã. Campos de futebol - as tais estranhas catedrais de que nos falava Chico Buarque - tão emblemáticas quanto os times que aí jogam. E o extraordinário protagonismo adquirido pelo futebol no mundo inteiro só reforça a ideia de que o futebol está inscrito na cultura. Assim, futebol local diz respeito ao sentimento de alteridade, nosso lugar de fala com os outros através de pelejas atrás de uma bola. É com o meu Itabaiana que dialogo com o mundo, quando, nos tempos de Rio Grande, lembrava aos amigos gaúchos da derrota que impomos ao Inter em pleno Beira Rio. É nele que me reconheço sergipano e de... ops, quase de Itabaiana, porque vim de Macambira, que está no entorno. Como quando fui parado na Porta do Sol, em Madrid, nos anos de doutorado, por um torcedor do Real Madrid simplesmente embevecido com a camisa do Tremendão, com as três cores da revolução francesa, e eu explicando que não se tratava ainda de um time da série A... nem B... nem C. Um clube que já jogou na A algumas vezes, mas hoje se bate na série D por um lugarzinho ao sol. Viva o futebol local e todos os seus defensores, principalmente o torcedor que vai a campo e que, como eu, paga seu ingresso. Que insistem em ser Confiança (O Proletário) ou Sergipe (O Mais Querido), e não só insistem, como se orgulham. Viva ainda os resistentes lutadores, como Estanciano (Canarinho do Piauitinga), Maruinense (que um dia se chamou Socialista, e a ditadura mandou mudar o nome), como queria ver ainda vivos o Santa Cruz de Estância, pentacampeão nos anos 60; o Mequinha de Propriá; o Propriá (O Avoengo) e o mais saudoso de todos, o simpático Cotinguiba, o Decano da Fundição.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm_pWjt8tgrKSzvdCIc7k0IzoNKo4kDEQdJY9mpyNmD6-QUsR6uf41fqyBAU03pqT35MDInfhCFVdd5AKyZ0EAajl1SWSR1QnDF2aE5LNy8nLrFAg-gdQTDYqq-kB_9YWw_hpA9zPJ-1Y/s1600/tricolor-itabaiana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="539" data-original-width="960" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm_pWjt8tgrKSzvdCIc7k0IzoNKo4kDEQdJY9mpyNmD6-QUsR6uf41fqyBAU03pqT35MDInfhCFVdd5AKyZ0EAajl1SWSR1QnDF2aE5LNy8nLrFAg-gdQTDYqq-kB_9YWw_hpA9zPJ-1Y/s320/tricolor-itabaiana.jpg" width="320" /></a></div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-88064997401154688272019-03-20T16:16:00.002-03:002019-03-20T16:16:32.034-03:00A Corrida de Aracaju ficou melhor<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKP9vjADBUJY6W4dElCpnIE9qy5Q03HRs16jD80QuFjFP39wKROTM2VQMMlGBkEidF0J0BHc4YkK9xNAAeRWZdO9R0wFtC-_GbT-nwEa8o1glR72TSz1Aq8ZP4DOn0zRx84ygCv7S1S34/s1600/felipe_goetenauer_%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="986" data-original-width="1600" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKP9vjADBUJY6W4dElCpnIE9qy5Q03HRs16jD80QuFjFP39wKROTM2VQMMlGBkEidF0J0BHc4YkK9xNAAeRWZdO9R0wFtC-_GbT-nwEa8o1glR72TSz1Aq8ZP4DOn0zRx84ygCv7S1S34/s320/felipe_goetenauer_%25282%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
A Corrida Cidade de
Aracaju, antes 17 de Março, porque comemorada na data de aniversário
da nossa capital, cresceu e exigiu providências que sua importância
impõe. Primeiro, saiu da data do 17 de Março, pois isto significava
que ela ocorria em qualquer dia da semana. Como cada vez mais tem se
tornado uma competição incorporada ao calendário nacional de
corridas, tinha que levar em conta as centenas de competidores de
outros estados – e até de outros países – que a cada ano se
incorporam a esta maratona que leva o nome de Aracaju para o país.
Agora ela tem data determinada: será sempre no sábado próximo ao
17 de março. Outra grande mudança é sua mudança de patamar, de
maratona estritamente esportiva, para o foco do evento que atrai
turistas, competidores e familiares, portanto, gerador de renda. Hoje
a Corrida de Aracaju está relacionada com a cadeia produtiva que
movimenta hotéis, passeios, transporte, locadoras, restaurantes e o
comércio em geral, com a prefeitura cumprindo assim o papel de
alavancar negócios e fortalecer a economia sergipana.</div>
<br />Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-10033001678664399132019-03-19T17:25:00.000-03:002019-04-12T17:12:21.837-03:00Jornalismo contra fake news (I)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn6pQglKIYugkfQCLdVW5W87Dibh90FCYRofbGDWm1r-r_RHnQkKWPE8I43M84XZcLkr1nPWKcCNJoNPULi0gFQYukM8tD21271n7qOp6C-1nwSLtp8o-abKbQyJ_qfdpBSYr6QleKHE8/s1600/microphone-1003561_960_720.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn6pQglKIYugkfQCLdVW5W87Dibh90FCYRofbGDWm1r-r_RHnQkKWPE8I43M84XZcLkr1nPWKcCNJoNPULi0gFQYukM8tD21271n7qOp6C-1nwSLtp8o-abKbQyJ_qfdpBSYr6QleKHE8/s320/microphone-1003561_960_720.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Na nossa terra é
assim, o sujeito encoberto pelo anonimato liga para uma emissora e
diz: “meu nome é Zé”. Pronto, está técnica e eticamente
habilitado para dizer o que quiser, desde cíticas procedentes até
ilações sem fundamento, maldades, pegadinhas políticas e coisas
que tais. O espantoso é o descompromisso de quem põe no ar sem
checar, sequer, se o tal Zé é Zé mesmo. Zé de onde?, o que faz?
etc. Se vai transformar o Zé anônimo em ator empoderado no jogo
midiático, tem que ter a responsabilidade de fichá-lo, no sentido
de saber a quem está dando a palavra. Comunicação é serviço
público. O resto é jabá. Ou interesses políticos inconfessos.</div>
<br />Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4615637533016597222.post-11655342949016099702018-10-17T12:19:00.004-03:002018-10-17T12:19:45.787-03:00Fake News contra a democracia<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
<span style="box-sizing: border-box;"><span style="box-sizing: border-box;">Fake News contra a democracia</span></span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
<em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;"><br /></strong></em></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
<em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;">[*] Luciano Correia</strong></em></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Embora até então não tenha publicado nada a respeito, comento sempre, em conversas, que o senador Antonio Carlos Valadares, derrotado na tentativa de reeleição, é um dos pioneiros no uso das fake news em Sergipe.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Ser pioneiro de tamanha desgraça é um demérito, evidentemente, além do que o uso e abuso dessa prática que ganhou nome em inglês, longe de quaisquer vínculos com a modernidade, é um antigo e péssimo costume, associado à fofoca, à mentira, à leviandade e à dissimulação.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Ou seja, não há nenhum verniz de novidade num velho político que usa o Twitter para distorcer fatos objetivos ou criar narrativas falaciosas a partir dos próprios interesses. A política, mesmo ela, não é um oceano de subjetividade, no qual verdades e mentiras navegam ao sabor do dono da palavra.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
A menção ao político aposentado pelo povo em 7 de outubro é porque hoje mesmo a campanha de seu filho, que funciona à sua imagem e semelhança, afirma que seu governo - se eleito fosse – não faria perseguição aos sertanejos do Estado.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
A manchete, por si, já denuncia a primeira fraude: à qual perseguição se refere o jovem velho candidato do PSB ao Governo? Alguém aí tem notícia de alguma perversidade praticada contra algum contingente da população, especificamente moradores da região do sertão?</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Para fazer tal afirmação, a fábrica de fake news mobilizada pelo inspirador do marketing pessebista teria que, pelo menos, dar conta de uma série de aberrações e injustiças cometidas. Mas não o faz, porque, como se sabe, rigorosamente, elas não existem.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Passando da manchete ao texto da não-notícia divulgada por esse espécie de (aí, sim) marketing do mal, chegamos na pior parte. Imaginem vocês que, num quadro de violência generalizada e de atos criminosos explodindo em todas as regiões do país, o candidato, no afã de conquistar uma meia dúzia de infratores, protesta contra a apreensão de motos pelo poder público e - ainda mais patético - contra a cobrança para a necessária regularização desses veículos.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Definitivamente, invertemos todas as lógicas, com o errado no lugar do certo. Aquilo que os tempos atuais já não permitem, graças à eficácia dos poderes públicos e de seus órgãos fiscalizadores, virou programa de campanha de um candidato que se define como “novidade” e “mudança”. A novidade seria o desprezo público, anunciado em matéria jornalística, pela prevalência do império da lei?</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Para comprovar as afirmações feitas aqui, mais um fato revelador da prática do embuste como forma de distorcer os fatos e auferir vantagens eleitorais. Me refiro à divulgação de um lamentável episódio vivido pelo candidato Belivaldo Chagas na TV Atalaia, quando foi instado de forma grosseira e desrespeitosa, ainda fora do ar, pelo apresentador do telejornal Balanço Geral.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Aqui, atentem bem, não se está discutindo o direito de exercer o jornalismo e a opinião. Muito pelo contrário, o que se verificou foi o abandono completo dos protocolos do jornalismo, ferramenta e conquista da sociedade justamente para promover o esclarecimento (uma herança do Iluminismo).</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Se alguém atentou contra o jornalismo e a liberdade de expressão neste caso foi o profissional encarregado de defendê-los, ao promover a espetacularização de uma notícia e a submissão do governador-candidato a uma abordagem inquisitória. Seja o entrevistado o governador ou o mais humilde dos cidadãos, merecem o respeito de quem entrevista, sem adjetivações.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Novamente, partidários do candidato Valadares Filho deixaram de lado quaisquer escrúpulos e, em nova forçação de barra, viralizaram nas redes trechos da gravação do episódio, buscando criar novo contexto para o que, a rigor, foi uma injustiça perpetrada contra Belivaldo - o próprio apresentador implora literalmente o perdão de seu interlocutor.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
Claro que há aí alguns mistérios não esclarecidos, como a gravação do áspero diálogo, mesmo durante o intervalo do programa e, o mais grave, seu vazamento. Mas essa já é outra história. Nos contentemos (mesmo?), por ora, com a fabricação dos fake news e seus estragos na democracia.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5b5b5f; font-family: Overpass, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 10px;">
<em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;">[*] É jornalista.</strong></em></div>
Luciano Correiahttp://www.blogger.com/profile/00088802536105498701noreply@blogger.com0