quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Manhã de carnaval

Manhã de carnaval

Na segunda, 07/02, acordei com carnaval na TV, quer dizer, o assunto carnaval nos chegava pela fatalidade do incêndio nos barracões nas escolas de samba do Rio. Pronto, o suficiente para as doses de carnaval que se seguiriam inicialmente na Globo e depois nos canais imitadores do seu estilopopular”. O choro dos dirigentes, o sonho da porta-bandeira, o desespero do carnavalesco... Tudo isso estava pautado no“Bom Dia Brasil” da mesma segunda.
O jornalismo de TV vive disso desde muito, mas essa fórmula cansou e, principalmente, nos cansa até a irritação. A transmissão da Globo News na manhã de segunda era esse mais do mesmo. Os barraões queimados, àquela altura sem a menor chance de render fatos novos e os locutores da emissora se desdobrando para construir um relato, com uma narração pausada, intercalada com o som do helicóptero e da ação dos bombeiros.
O telejornalismo, cuja marca é a narrativa frenética para ganhar tempo, aquilugar à divagação, um mix de opinião, informações vagas, quase especulação. O show da vida, no jornalismo, nem sempre consegue espetacularizar a realidade. Daí as pautas inevitáveis das conseqüências do incêndio para todos os atores envolvidos. Haja saco!

O rádio frenético de Gilmar Carvalho

Abandonado pelas não-notícias da Globo/Globo News, resolvi voltar ao inferno dos programas de rádio produzidos em Sergipe. E se é para ir ao inferno, melhor nos entender com Satanás. Gilmar Carvalho, com os defeitos que de vez em quando aponto aqui, lidera com folga, em qualidade e audiência. É trabalhador, persistente e atrevido até o desrespeito com seus entrevistados, mas talvez dessa forma seja possível fazer o pouco jornalismo que se pratica na província. É o único que conhece a linguagem do rádio e a explora com competência. Deixa a concorrência no horizonte, comendo a poeira do rádio precário que pratica.

O Manhattan Connection

O programa comandado por Lucas Mendes foi meu preferido. Cansei também. Talvez por que um dia tivemos a inteligência de Paulo Francis servida fartamente na sua melhor irreverência. Depois, Jabor, que tentava fazer o tipo PF, mas é esquemoso e direitoso demais para gostarmos. Na versão atual, Diogo Mainardi é o sub do sub, a terceira cópia piorada do genial Francis. o PT é quembola para aquela monumental nulidade. Mainardi veio para seus 15 minutos de fama. Queimou o gás antes do prazo regulamentar esgotar.
Agora o programa foi transferido do GNT (canal que saiu do ótimo para o péssimo em cinco anos) para a Globo News. Prometeram “abrasileirarum pouco as pautas. Nada. Está mais “noviorquino” do que nunca, no sentido ruim.
Lucas, que começou a carreira brilhante no Brasil, sente-se americano por dentro. Conhece detalhes da personalidade e da história dos presidentes dos EUA e demonstra achar isso o máximo. Do Brasil não conhece mais nada.
Caio Blinder criou sua identidade judia quando trocou os ambientes paulistanos pelos bairros de imigrantes em Manhattan. Creio que, até então, ninguém tinha avisado a ele de sua condição judaica. Discute também minúcias da vida particular de celebridades norte-americanas. Deve deitar a cabeça todo dia nos travesseiros e dizer para o ventilador do teto: “Puxa, sou um vencedor!”.
 Quem salva o programa é um economista, Ricardo Amorim, que voltou ao Brasil, como ele mesmo diz, pra ganhar dinheiro, e faz disso suas lições semanais para o mundo dos negócios. Por fim, um repórter politicamente correto especializado em correr as galerias da cidade e vender o peixe dos artistas da moda. Ao se referir ao clássico “Taxi driver”, com o Robert de Niro, disse que não sabia o título do filme em português. Oxente, rapazinho, era dar uma olhada na net: Taxi driver.
Como diria Tiririca, o Manhattan Connection mórrreuuuuu! não avisaram a eles.

Um comentário:

sonia pedrosa disse...

tb desisti de assistir....