quinta-feira, 3 de março de 2011

Desviando do foco

O episódio que envolveu a prisão do cantor de axé André Lélis ganhou desdobramentos na imprensa, sobretudo na baixaria matinal do rádio, mais ou menos com a seguinte questão: se teve ou não o dedo do ex-deputado Fabiano Oliveira. Trata-se, como se , de uma discussão de fofoca. Isso não interessa. O que interessa é: a polícia, que, pela enésima vez, age com arbitrariedade e, o que é grave, à margem dos comandos. Aqui, como nos demais estados, temos uma polícia acima das leis, dos governos e da sociedade. É este o problema.
E deixemos Fabiano pular seu carnaval sossegado.

Direitos humanos
Outra verdade lamentável é: a luta pelos direitos humanos no país, que tinha até a chancela dos padres de esquerda, hoje foi esquecida. Resolveram os problemas dos políticos, e a causa caiu no esquecimento. Entretanto, neste exato momento, em milhares de cadeias de Sergipe e do Brasil, milhares de presos comuns sofrem o diabo na mão dos agentes do Estado.
Alô, dom Arns: tortura nunca mais, não. Tortura aqui, sempre

Um comentário:

Mário disse...

Luciano, em 2008 13 presos confinados na delegacia de Cristinápolis e cinco da delegacia de Santa Luzia do Itanhy foram arrancados das celas por 20 PMs e submetidos a uma sessão de tortura e ameaças. Na época o governador Marcelo Déda emitiu seu repúdio com o fato e prometeu que o crime, caso constatado, não ficaria impune. Uma das testemunhas foi a missionária evangélica Josefa Alves da Silva, que estava fazendo um trabalho religioso na delegacia de Cristinápolis. Até hoje não se tem notícia de punição do caso, o que mereceria ampla divulgação. A ironia é que ocorreu sob uma administração de "esquerda". Você tem razão, a causa caiu no esquecimento.