domingo, 20 de março de 2011

Sobre Obama e heróis

O Blog do Sakamoto, do UOL, fala da saturação de 9 entre dez jornalistas com a cobertura da visita de Obama ao Brasil. Os profissionais dizem que não agüentam mais as chateações com pautas do tipo: a vida esmiuçada do cachorro da família. E este blog acrescenta: as matérias sobre as comidas que os Obama iam comer (iam, porque escrevo na manhã do domingo e, a essa altura, não me perguntem o destino de tantas iguarias. Salvo um cenário pior e, neste caso, estômagos e intestinos presidenciais estariam agora vivendo revoluções por minuto).
Na verdade, o fastio dos jornalistas se estende a nós, de fora da tela, com a corrida desesperada deles em busca de audiência. A lógica é cruel: supõe-se que o público, da mesma forma que gosta do BBB, aprecia singelezas como: gatinhos presos em chaminés, cachorrinhos achados vivos sob os escombros de um terremoto. E por vai. Nos dias seguintes, temos de encarar: a volta do cachorrinho ao lar, o encontro com seus donos, a volta à escola, a volta ao trabalho, o primeiro cocôzinho. Como diria a hiena do desenho animado: oh céus, oh vida!
O “fator Barack Obama” é sua condição de primeiro presidente negro, democrata, numa quadra da História em que os Estados Unidos tem suas posições abaladas como centro do Império. , sim, está a fonte de notícias. E , nos permitam estes jornalistas de TV , muito mais sensacionalistas do que profissionais, não interessa os minutos gastos com os pequenos Obamas e a bicharada dos pequenos.
Essa overdose de pseudo-notícias ainda mata o jornalismo. Ou, como dizia Caetano, nos inocentes anos 60: “quem tanta notícia?” 

Um comentário:

sonia pedrosa disse...

sem falar na "elegância" da Michelle. Que elegância??? A mulher é curvada - postura típica de quem é muito alto! Saco!