sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Uma aventura no Banco do Brasil

O Banco do Brasil é também uma cara do país no exterior, com sua marca forte, marcando presença em eventos esportivos e patrocinando atletas a peso de ouro, graças ao lucro fácil de qualquer banco, como é de praxe. Mas a vida fácil é para eles, felizardos. Entrar numa agência para pagar uma conta em qualquer lugar do país é um suplício. Esta semana a simpática marca do BB entrou na minha nada doce vida em dois momentos. A primeira, na agência do campus da UFS no Rosa Elze, onde, para abrir uma singelaconta universitária”, somos obrigados a entregar documentos que a legislação não exige.
, a força da lei é coisinha pequena, perto dos gerentes almofadinhas ansiosos em busca de bons negócios. Minha conta, depois de três idas à tal agência, ainda não foi aberta. Dentre as exigências, tive que indicar doisamigos” (ouconhecidos”, não lembro como é estabelecida a categoria da pessoa escolhida). Fiquei sem ação diante da necessidade, que me pareceu esdrúxula. Lembrei de uma velha história itabaianense, protagonizada por José Augusto Baldocki, que, face a exigência de um fiador para comprar uma cama no comércio aracajuano dos anos 70, não teve dúvidas: indicou o então reitor Aluízio de Campos.
Como minha conta não foi aberta, imagino que os dois amigos indicados se encontram neste momento examinando os riscos de assumir tamanha responsabilidade. Quem sabe não tenham razão!

O BB serrano

A agência do Banco do Brasil em Itabaiana parece locação de filme B. As paredes estão sem reboco ou tinta, o teto é formado do emaranhado de fios entrelaçados, de todos os tamanhos, cores e espessuras, com alguns praticamente raspando a cabeça dos infelizes usuários. Nesta quinta, fiquei duas horas e meia numa fila que, além de não andar, de vez em quando era engordada por pessoas que, cansadas, tinha ido sentar numas cadeiras no meio do salão. O controle da fila é na base do método paraguaio: la garantia soy yo. Isto porque o BB do século XXI ainda não implantou, em Itabaiana, qualquer sistema de distribuição de senhas, mesmo que fosse uma singela pedra numerada.

Banco social, eu?

Mas o pior estava por vir: depois de perder a tarde, de , sou informado por um simpático caixa que o BB não aceita pagamento de luz, telefone, água e condomínio. O primeiro, diz ele, graças à decisão da Energisa, que, depois de privatizada, resolveu impor o banco que lhe convêm, à revelia dos consumidores. O segundo boleto, da Vivo, pelos mesmos motivos, pode ser pago em um algum lugar que não é o BB. O da Deso prioriza nosso queridíssimo Banese. Palmas para a Deso, pois também sou defensor do nosso glorioso banco estatal. Mas, na minha ignorância, não achava que o convênio de um órgão público com determinado banco eliminava as disposições em contrário. Perdi a tarde numa fila e não paguei nada: esta é a idéia de modernidade de Banco do Brasil, Vivo, Energisa, Deso e da suspeitosa contabilidade do condomínio onde vivo.
Ah, o BB vira as costas ao povo e patrocina atletas de ouro, mas tem seu lado social: mesmo no cenário de terremoto da agência de Itabaiana, um eficiente ar-con refrigera e tempera nossa vida com ares suíços.



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