terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nosso jornalismo de cada dia

De volta à querida tabinha, quase não leio jornal impresso. É um mau sinal, para eles, claro. Mas uma ligeira olhada nos diários me faz pensar nas coisas de que se ocupam jornais, jornalistas e colunistas. Talvez a crise que eles vivem, independente da crise maior dos impressos no mundo inteiro, tenha a ver com isso: o que eles pautam para suas páginas. Não custa lembrar, que esquecem sempre, que o jornalismo é serviço público. Propaganda e publicidade são outra coisa e têm lugar determinado, fora dos tradicionais espaços do jornalismo. O “esquecimento” dessas regras básicas fragiliza ainda mais uma instituição que, no nosso caso, é historicamente frágil.
O resultado de tudo isso é que o mundo que sobressai desses jornais parece incrível, fora da realidade, sem problemas. Vejamos o caso das editorias políticas. Resumem-se a cumprir uma função que interessa mais aos disputantes de cargos públicos, atuais e futuros. A reproduzir as lutas dessa classe especial, não raro representando seus interesses e, pior, incorporando seu modo de vida. Isto significa: viver, agir, pensar como a turma que dirige. Isto é lamentável. O jornalismo assim não serve a causa nenhuma e, na primeira oportunidade, os que se servem de seus veículos trocam isso por qualquer coisa.
Aliás, não custava examinar o tamanho das audiências. Das TVs, cuja abrangência, até ontem, não passava de Nossa Senhora da Glória. A cobertura dessas regiões era feita pelo satélite, daí a floresta de parabólicas nas cidades do sertão, por exemplo. os diários, mantêm uma velha fraqueza: são consumidos, basicamente, pelas repartições públicas. E assim seguem, governistas e chapa branca, como sempre. Costume raro em Sergipe é ver a gente comum, um trabalhador, chegar numa banca e pedir um jornal local.

Nem tudo são flores

Entretanto... a vida das ruas segue pobrezinha, com o povo sendo tratado como gado, pagando um dos mais caros transportes públicos do mundo e, certamente, o pior. Ninguém muda isso. Nãoum vereador, de oposição, da situação, da peste que pariu, que tenha algo a dizer sobre essa indecência perpetrada no tempo. Nãopartidos. Nãoimprensa. Nãosociedade civil. Nãonada, ONGs amigas. Aliás, nãonada errado mesmo. Eu é que estou aqui delirando e achando, absurdamente, que as coisas deviam ser diferentes.
Mas a cidade tá malzinha, com o centro picotado de buracos enormes, um trânsito incompetentemente mal dirigido (ou não dirigido) e um festival de pardais e redutores agora democraticamente distribuídos. Que pena, minha linda e querida Aracaju.   

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