quinta-feira, 3 de junho de 2010

Gente é pra brilhar

Do poeta Amaral Cavalcanti, editor da Folha da Praia, citado aqui no texto anterior, respondendo a uma provocação deste blogueiro contra poeteiros iniciantes:
- Basta que o poema tenha lhe tocado e já significa. O resto são firulas.
O que não nos merece mais são os harpejos helênicos, o faz de conta que eu digo e você faz de conta que me entende. O ai meu Deus das metáforas olímpicas, os versos lapidares, a poesia desencarnada e o espírito servil. O teor desta, para as exigências de um paladar viciado em excelência, tem paladar juvenil e forma contida. Mas nada que atrapalhe a sua degustação. Sirva-se.

Do personagem Calvero, de Charles Chaplin, em Luzes da Ribalta, fazendo uma confissão ao seu médico, no final da vida:

- A vida não tem sentido. E porque deve ter sentido? A vida é desejo, não razão. Desejo: a razão da existência! Razão pela qual uma rosa quer ser rosa. E quer crescer assim... e pela qual as pedras querem ser duras e perenes. No entanto, o significado das coisas está nas palavras que as explicam. Uma rosa é uma rosa. Depois de tudo. (...)
Bem, creio que estou morrendo, doutor. Mas, quem é que sabe... Já morri tantas vezes...

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