sexta-feira, 4 de junho de 2010

A seleção no Zimbábue e uma matéria a respeito

Nessa quinta, um dia depois do jogo da seleção canarinha no Zimbábue, o UOL faz matéria jornalística sobre a repercussão e aproveita para fazer uma “pan” no país, mostrar mazelas e a política podre do ditador Mugabe. Lembrei de conversa que tive esses dias com amigos que observam, digamos assim, o caráter ideológico da imprensa que se pratica em nossa Pindorama, UOL incluído. Não tratarei dessa empresa, que ora não cabe aqui, mas da matéria em si, rica, com densidade, feita por algum jornalista que, quando foi à escola (de jornalismo), não estava pensando somente em comer a merenda.
Ou seja, o jornalista sai para cobrir uma partida de futebol e aproveita para checar a situação política, a repressão de um ditador, o salário dos trabalhadores do país, enfim, aquelas matérias do tempo em que havia reportagem no jornalismo, de Tão Gomes Pinto, Ricardo Kotscho, Marcos Sá Correa, etc. Não é o jornalismo de “Veja”, que inventa realidades, nem aqueles chapa-brancas da “Carta Capital”, revista caça-níquel, cujo dono teve a sem-vergonhice de fazer um trocadilho com o próprio nome para nomear a empresa. Trata-se de uma mirada honesta de alguém que sabe o papel e o dever de quem usa um crachá dessa profissão que o honestíssimo Gilmar Mendes e aquele supremo treteiro quer acabar.
Enfim, isso me faz lembrar uma discussão que tem proliferado muito nos bancos e eventos acadêmicos, sobre o tal “jornalismo on line”. Tem tantos livros e tanta gente vivendo disso, eu sei, mas, sinceramente, continuo intrigado com o que venha ser esta pomposa categoria. Como se fosse algo além do velho e bom jornalismo que essa matéria referida pratica. Que outra coisa, então, seria o jornalismo on line, se não o bom jornalismo dos Kotchos e Sá Correas, praticado em jornais e aprendido em escolas?

Ah, o link da matéria: http://copadomundo.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/06/03/zimbabue-vibra-com-kaka-e-expoe-fragilidades-em-dia-de-festa-com-o-brasil.jhtm

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