terça-feira, 25 de maio de 2010

A política sem graça

(Publicado na "Folha da Praia" em agosto de 2009, mas, em ano eleitoral, não custa avisar de novo).

Os fazedores de programas políticos na TV, somados ao Ministério Público, conseguiram o que queriam: tornaram o processo político uma coisa insípida, asséptica. Os primeiros o fazem por conveniência, atendendo clamores dos patrões candidatos, que, por sua vez, só desejam ganhar as eleições. Não importa como, ou melhor, pode ser na base do besteirol publicitário, a transformação de políticos com história em homens sem história, presente ou futuro. São bobalhões em estúdios televisivos, dizendo bobagens que ninguém entende, nem eles, na esperança que se traduza em votos. Isto pode até ocorrer, mas a conta um dia será paga. Não duvidem: a despolitização da sociedade é um perigo que a ligeireza remunerada dos tais marqueteiros (essa palavra nem existe, portanto, não existe também a coisa) quer impor goela adentro.
Quanto aos primeiros, não tenho a menor dúvida de que cumprem a Constituição, por obrigação, mas, por dentro, o coração se debate toda vez que têm de aturar essa coisa menor que é a política. Torcem ardorosamente para alguma coisa dar errado, pretexto para uma medida "legal" contra esses aprorrinhadores candidatos.

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