Se eu fosse alguém da Emsurb, um promotor da área do patrimônio público , enfim , uma autoridade com a obrigação de tomar providência contra o abuso , não passaria perto do local , por vergonha .
Essas empresas que fazem a logística de festas como o Pré-Caju também fracionam seus equipamentos para servirem outras festas menores . Fim e começo de ano , pré-carnaval, carnaval , tudo isso representa mercado constante . Enquanto atendem esta ou aquela festa , “guardam” suas tralhas em via pública . Só no pequenino e pobrezinho estado de Sergipe e na cidade de Aracaju uma irresponsabilidade dessas é permitida, nas barbas das autoridades que moram em frente ao escândalo ou passam por ele várias vezes ao dia .
E quem disse que os fiscais da Emsurb não trabalham? Estão em ação até nos finais de semana , como os que atuam nas areias do bar Paraty, na Sarney, expulsando abusados vendedores de acarajés e picolés que se atreverem a atravessar o “espaço territorial ” (hummm!!!) do bar . Numa terra de homens e leis , o bar Paraty nem existiria ou , se quisesse montar seu negócio no meio de uma praia , comprava o terreno ao poder público ou a quem fosse o dono . Aqui , invade, explora e chama o poder público para fiscalizar e espalhar o terror entre os pequenos .
O Pré-Caju terminou com o “sucesso ” anunciado por uma imprensa que , curiosamente , só vê um lado da festa , o zunzun dos camarotes grátis com dinheiro público . Autoridades penduradas nos camarotes mordem o doce uísque pago com nosso dinheiro e colocam a estrutura do serviço público para organizar a festa privada . No fim , entre sorrisos sem graça , inventam uma utilidade pública para um negócio de família . É o que dá, não termos imprensa nem opinião pública .
A festa termina com lucro seguro nas mãos de quatro ou cinco famílias que dominam o negócio . Quem quis brincar , teve de desembolsar 300 ou 400 reais para ser “chicleteiro”. Mas na nossa República de Bananas o governo despeja milhões de reais , destinados ao fomento à cultura , para uma festa privada . Fora os patrocínios de estatais e apoio direto de governos , prefeituras .
3 comentários:
Reflexão bastante oportuna! Td isso me provoca calafrios ao perceber quão frágil é a democracia tupiniquin, que confunde LIBERDADE COM LIBETINAGEM. Parece que gente habituada à opressão só funciona mesmo sob o tacão do totalitarismo. Credo!
Post muito bom!
Essa é a nossa Buracaju.
Luciano,
Parabéns pelo brilhante texto!
É deveras assustador constatar tamanho descaso do poder público com as coisas que deveriam ser, de fato, de interesse público, de interesse e em benefício da sociedade.
Na contramão do certo e do justo, privilegiam, como bem você enfatizou, festas e interesses particulares.
Esquecem de um dos princípios basilares da Administração Pública: "a supremacia do interesse público sobre o privado".
Excelente reflexão, parabéns pelo texto.
Abraço
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