Na segunda , 07/02, acordei com carnaval na TV, quer dizer , o assunto carnaval nos chegava pela fatalidade do incêndio nos barracões nas escolas de samba do Rio . Pronto , o suficiente para as doses de carnaval que se seguiriam inicialmente na Globo e depois nos canais imitadores do seu estilo “popular ”. O choro dos dirigentes , o sonho da porta-bandeira , o desespero do carnavalesco ... Tudo isso já estava pautado no“Bom Dia Brasil” da mesma segunda .
O jornalismo de TV vive disso desde muito , mas essa fórmula cansou e, principalmente , nos cansa até a irritação . A transmissão da Globo News na manhã de segunda era esse mais do mesmo . Os barraões já queimados, àquela altura sem a menor chance de render fatos novos e os locutores da emissora se desdobrando para construir um relato, com uma narração pausada, intercalada com o som do helicóptero e da ação dos bombeiros .
O telejornalismo , cuja marca é a narrativa frenética para ganhar tempo , aqui dá lugar à divagação , um mix de opinião , informações vagas , quase especulação . O show da vida , no jornalismo , nem sempre consegue espetacularizar a realidade . Daí as pautas inevitáveis das conseqüências do incêndio para todos os atores envolvidos. Haja saco !
O rádio frenético de Gilmar Carvalho
Abandonado pelas não-notícias da Globo /Globo News, resolvi voltar ao inferno dos programas de rádio produzidos em Sergipe. E se é para ir ao inferno , melhor nos entender com Satanás. Gilmar Carvalho , com os defeitos que de vez em quando aponto aqui , lidera com folga , em qualidade e audiência . É trabalhador , persistente e atrevido até o desrespeito com seus entrevistados, mas talvez só dessa forma seja possível fazer o pouco jornalismo que se pratica na província . É o único que conhece a linguagem do rádio e a explora com competência . Deixa a concorrência no horizonte , comendo a poeira do rádio precário que pratica.
O Manhattan Connection
O programa comandado por Lucas Mendes já foi meu preferido. Cansei também . Talvez por que um dia tivemos a inteligência de Paulo Francis servida fartamente na sua melhor irreverência . Depois , Jabor, que tentava fazer o tipo PF, mas é esquemoso e direitoso demais para gostarmos. Na versão atual , Diogo Mainardi é o sub do sub, a terceira cópia piorada do genial Francis. Só o PT é quem dá bola para aquela monumental nulidade. Mainardi veio para seus 15 minutos de fama . Queimou o gás antes do prazo regulamentar esgotar .
Lucas, que começou a carreira brilhante no Brasil, sente-se americano por dentro . Conhece detalhes da personalidade e da história dos presidentes dos EUA e demonstra achar isso o máximo . Do Brasil não conhece mais nada .
Caio Blinder criou sua identidade judia quando trocou os ambientes paulistanos pelos bairros de imigrantes em Manhattan. Creio que , até então , ninguém tinha avisado a ele de sua condição judaica . Discute também minúcias da vida particular de celebridades norte-americanas. Deve deitar a cabeça todo dia nos travesseiros e dizer para o ventilador do teto : “Puxa , sou um vencedor!”.
Um comentário:
tb desisti de assistir....
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