Terça, 15/02, no Observatório de Imprensa , Alberto Dines entrevista o diretor do El País , principal jornal espanhol , do grupo Prisa, o equivalente no Brasil aos grupos Folha ou Globo . Como empresa , pode ter semelhanças , mas a matéria prima é feita de outra moral . Só um exemplo : lá existe um conselho de redação que , quando discorda de alguma posição editorial da publicação, tem, por direito assegurado, um espaço na mesma edição para manifestar a discordância . Isso é feito com regras , evidentemente , mas funciona. Mas o diretor comemora: "na minha gestão , esse expediente não foi usado por mais de duas ou três vezes" .
A Folha de S. Paulo tem um ombudsman que , teoricamente, faria as vezes de um conselho de redação . Mas quer ver a eficácia ? Escreva ao tal e comente alguma coisa . Suas chances de ser publicado ou mesmo respondido pelo ouvidor “independente ” são quase nulas. Como seria de esperar , no Brasil avacalharam a idéia de democratizar uma redação de jornal .
O modus operandi
2 comentários:
Ao ver a realidade apontada por você do El País, percebo claramente como aqui não temos essa liberdade em manifesar um outro posicionamento que foge ao da empresa. Aliás, o que tenho de conhecimento sobre o jornal diário e de como se formam as equipes nele inseridas, é nítido que essa façanha é desapontada. Não vejo profissionais engajados a permanecer com seu ponto de vista que deveria se esclarecedor e não sócio do jornal. É de desapontar quem vive essa realidade de perto...
(obrigada pelo texto. ótima reflexão, caro)
Caro Luciano: concordo integralmente com o seu artigo. O jornalismo politico local está quase totalmente mercantilizado. Colunistas-empresários mandam no noticiário politico da terra e ainda são tidos como "grandes jornalistas". O tabelamento dos preços das notícias e dos espaços é uma falta de vergonha sem precedentes. Tem um velho empresário da notícia que está sendo chamado de "Edvan Amorim da imprensa politica". O empresário Valter Franco declarou recentemente em sua TV Atalaia "que em Sergipe a imprensa passou do marrom e já está no preto". Tenho pena do nosso povo por ter perdido o direito de ser bem informado pra esses calhordas. Prefiro viver fora disso e sem peso na consciência. Saudações Democráticas - Zenóbio Melo.
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