A corrente Travessia , ou os chamados “Autênticos ” do MDB, que a historiografia às vezes esquece, foi feita de gente do calibre de Marcos Freire, Fernando Lira , Cristina Tavares, Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Jackson Barreto e... Itamar Franco , dentre outros . Essa turma impôs ao regime militar , em 1974, uma acachapante derrota , que em Sergipe representou a eleição de Gilvan Rocha para o senado contra as oligarquias plantadas há séculos no poder . Aqui , também deve ser registrada a heróica figura de José Carlos Teixeira, grande brasileiro de Itabaiana, filho de “seu ” Oviêdo, que , junto com os irmãos Tarcício e Luís, da Norcon, ofereceram apoio político e material a tantos opositores banidos . Homens de coragem , que a História haverá de guardá-los na galeria do bem .
Itamar fez uma carreira de oposicionista , às vezes radical , ora destoando. Mas sem nunca deixar de ser íntegro e de cumprir , na presidência , um mandato surpreendentemente avançado , progressista , fincando as bases desta nação potência que se tornou possível depois do Plano Real . Que ninguém esqueça: todos , que gozamos do desenvolvimento econômico e da liberdade política no nosso país , devemos muito a Itamar. Sua morte , hoje de manhã , empobrece a melhor política , dos tempos em que esta era uma arte dos homens movidos pelo quase esquecido espírito público .
Um comentário:
É engraçado que os anos FHC tenham quase apagado Itamar da História, uma espécie de parricídio político. Mas essa moça é caprichosa, e já começou a reservar os papéis justos a cada um deles. :)
Postar um comentário