O episódio com o cantor baiano preso por desacato , conforme a velha alegação policial , é apenas mais um dos vários que semanalmente engordam o noticiário da imprensa local . Só ganham publicidade os casos mais violentos , ou , como este , quando envolvem algum “peixe graúdo ”. O assustador é que esse perigo fardado se amplia agora para guardas de trânsito , como o caso do ambulante que apanhou e tomou choques elétricos em via pública , mesmo dominado e algemado. Seguranças de casas de espetáculos também aderiram à truculência . Pais com filhos em festas públicas ou privadas , tremam. As feras estão soltas e impunes .
A resistência dos guardas municipais de Aracaju contra uma medida tão óbvia como o desarmamento , é tão acintosa que nos perguntamos: como é que não tinham tomado uma decisão dessas antes ? Como também é vergonhoso que o comando da polícia militar permita que alguns dos seus servidores trabalhem sem identificação . É como se estivessem premeditando a má conduta .
No fim , resulta a impressão de que , tanto no caso dos guardas municipais da capital , como nas contendas da PM-SE, mais do que os governos que pagam e mantêm estes exércitos , quem paga a conta mais amarga é a sociedade , o tempo inteiro feita refém pelos dois lados da violência e do crime , que , em alguns casos , se misturam e confundem a todos.
2 comentários:
Como bom aluno que sou, vou tomar a liberdade de discordar, meu professor.
No caso mais recente, o tal "peixe graúdo" tinha mais era que ser preso mesmo. Já passou da hora de certos empresários, que só fazem promover a idiotice de uma burguesia desmiolada, entender que essa terra tem lei! Polícia para quem precisa!
Caríssimo Rian: é claro que também quero ver a lei cumprida, como, aliás, está escrito lá atrás, aqui no blog. Sou das poucas vozes contra essas festas infames realizadas na Sarney ou em qualquer outro lugar, desrespeitando as leis e negando nossa cidadania, ainda mais com apoio oficial. A matéria em questão trata de outra coisa: da inesgotável lista de ocorrências policiais arbitrárias. Como repórter de um periódico, você poderia, por exemplo, cobrar do poder público (a Corregedoria de polícia) os encaminhamentos que estão sendo dados. A violação dos direitos humanos, aqui e em outros estados, só tem repercussão quando ofende alguém do universo político.
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