O Blog do Sakamoto, do UOL, fala da saturação de 9 entre dez jornalistas com a cobertura da visita de Obama ao Brasil. Os profissionais dizem que não agüentam mais as chateações com pautas do tipo : a vida esmiuçada do cachorro da família . E este blog acrescenta: as matérias sobre as comidas que os Obama iam comer (iam, porque escrevo na manhã do domingo e, a essa altura , não me perguntem o destino de tantas iguarias . Salvo um cenário pior e, neste caso , estômagos e intestinos presidenciais estariam agora vivendo revoluções por minuto ).
Na verdade , o fastio dos jornalistas se estende a nós , de fora da tela , com a corrida desesperada deles em busca de audiência . A lógica é cruel : supõe-se que o público , da mesma forma que gosta do BBB, aprecia singelezas como : gatinhos presos em chaminés , cachorrinhos achados vivos sob os escombros de um terremoto . E por aí vai. Nos dias seguintes , temos de encarar : a volta do cachorrinho ao lar , o encontro com seus donos , a volta à escola , a volta ao trabalho , o primeiro cocôzinho. Como diria a hiena do desenho animado : oh céus , oh vida !
O “fator Barack Obama” é sua condição de primeiro presidente negro , democrata, numa quadra da História em que os Estados Unidos tem suas posições abaladas como centro do Império . Aí , sim , está a fonte de notícias . E aí , nos permitam estes jornalistas de TV , muito mais sensacionalistas do que profissionais , não interessa os minutos gastos com os pequenos Obamas e a bicharada dos pequenos .
Essa overdose de pseudo-notícias ainda mata o jornalismo . Ou , como dizia Caetano, já nos inocentes anos 60: “quem lê tanta notícia ?”
Um comentário:
sem falar na "elegância" da Michelle. Que elegância??? A mulher é curvada - postura típica de quem é muito alto! Saco!
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